terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Atualizando a experiência com medicamentos...

Lembram lá atrás que eu disse que tinha esperança em um remédio, que à época não existia no Brasil, para pôr fim as minhas dores?
Já existia nos EUA mas aqui estava aguardando liberação da ANVISA. Pois finalmente esse ano o remédio foi liberado. Mas fiquei de agosto até agora aguardando o medicamento que estava em falta no laboratório, pode?
Finalmente experimentei o tal remédio: cloridrato de hidromorfona, opióide, para dor crônica severa. Mas não consegui passar da dose inicial, de 8 mg.
O que aconteceu? A mesma coisa do oxycontim: hipotensão.
E um pouco pior pois o oxyncontim ainda diminuia um pouco a dor. Esse não, hipotensão, naúsea, dor de cabeça e a dor lá, firme e forte.
Consultei meu médico que agora está vendo com o laboratório quando chegará a versão intra-tecal, se é que chegará, aqui no País. Até lá permaneço com minha bomba de morfina, ou como chamo, minha "lata de sardinha".
Fiquei chateada, apesar do preço, R$ 157,00 a caixa com 30 comprimeidos (para 8mg vai até 32mg), eu tinha muita esperança de diminuir a dor, de conseguir alívio.
Mas como eu disse no post anterior: o que nos move é a esperança.
Na comunidade de dor crônica no orkut há muito se anseia da chegada do ralfinamide no Brasil.
A promessa é bloqueie totalmente a dor. Ai que sonho!!!

Segue a matéria da Veja a respeito (copiei pq toda vez que ia indicar o link dava "operação anulada"):

"Revolução contra a dor
Depois de seis anos de estudos, descobriu-se que uma única mutação genética é capaz de tornar pessoas totalmente insensíveis à dor. O gene alvo da mutação é o SCN9A, responsável pela produção dos canais de sódio 1.7, estruturas localizadas nas paredes das fibras nervosas e cruciais no mecanismo da dor. Nas situações crônicas, eles funcionam em excesso, ou porque são superestimulados por uma inflamação persistente, ou porque há um aumento no número de canais, por motivos ainda desconhecidos. Quando ocorre uma mutação genética como a encontrada no estudo, esses canais não funcionam.

A descoberta, publicada em 2006 na revista Nature, despertou o interesse da indústria farmacêutica. Quatro laboratórios têm se empenhado em desenvolver um novo analgésico que imite o efeito da mutação – ou seja, bloquear o funcionamento dos canais de sódio 1.7 e, assim, suprimir a dor crônica. Um deles está perto de conseguir. O laboratório italiano Newron, de Milão, especializado em medicações contra a dor, prevê para 2013 o lançamento de seu novo analgésico, cujo princípio ativo foi batizado de ralfinamide.

O ralfinamide deve ser mais específico - e, portanto, mais potente e com menos efeitos colaterais - que os analgésicos hoje disponíveis. Segundo o coordenador da equipe médica do Newron, Ravi Anand, o ralfinamide agirá somente nos canais de sódio 1.7 - ao contrário dos demais remédios, que atingem indiscriminadamente outros canais de sódio existentes nas células, mesmo que eles não tenham relação com a dor. O remédio está na última fase de testes com humanos, a derradeira antes de ser submetido à regulação das autoridades sanitárias. Por enquanto, o medicamento está sendo testado em pacientes com dor neuropática lombar, uma das difíceis de serem tratadas. "Mas, depois de aprovado o remédio, o seu uso deverá ser ampliado para outros tipos de dor crônica", disse a VEJA Ravi Anand.

Hoje, boa parte das dores crônicas é tratada com medicamentos originalmente indicados para outros fins. Por isso, os pacientes têm de se haver com uma série de efeitos colaterais. Os antidepressivos e os anticonvulsivantes, por exemplo, podem provocar sonolência e dificuldade de concentração. Mesmo os mais específicos apresentam problemas: a morfina e outros derivados do ópio, mesmo se usados em dosagens menores, podem causar dependência. E o uso prolongado de antiinflamatórios pode resultar em hemorragias estomacais, além de outros danos graves.

Uma dúvida ainda precisa ser esclarecida sobre o ralfinamide: ele poderia comprometer a sensibilidade a qualquer tipo de dor, um efeito nada desejável, visto que sensações dolorosas são um alarme essencial do organismo para mostrar que algo não vai bem? "É pouco provável que isso venha a ocorrer", avalia o neurologista Daniel Ciampi de Andrade, médico do Grupo de Dor do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Embora os canais de sódio 1.7 sejam um dos principais elementos no processo que detona a dor, eles não são os únicos. A opinião geral é que o novo analgésico representará uma revolução. "Para a maioria das pessoas com dores crônicas, os remédios de hoje proporcionam uma melhora de 60% a 70%. Com o ralfinamide, essa cifra pode chegar perto dos 100%", diz a neurocientista Silvia Siqueira, coordenadora do Laboratório de Sensibilidade do Grupo da Dor do Hospital das Clínicas."
(Veja, 10/07/2009)

Quando li:" Por enquanto, o medicamento está sendo testado em pacientes com dor neuropática lombar, uma das difíceis de serem tratadas." Pensei que nada está perdido, ainda há esperança.
Tomara que esse remédio chegue logo. Não vejo a hora de voltar a viver. Sempre haverá esperança.

abraços!

Clê

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