sábado, 31 de janeiro de 2009

5º dia...

Hoje foi uma mistura...Ontem o médico antigo me atendeu e resolveu fazer uma experiência para saber se a morfina está resolvendo algo ou não. Desligou a bomba e vai ficar desligada até segunda.
De madrugada acordei com uma caimbra fortissima na panturilha. As 5 acordei novamente, desta vez bem pior. Acordei com sindrome de abstinência da morfina que já ocorreu em todas as vezes que a bomba foi desligada. A sensação é horrível: sinto cheiro e gosto de queimado em tudo. Pra vcs terem uma idéia, parece que tem um filtro de cigarro (aquela parte meio plastica) dentro do meu nariz, além disso isso fica em tudo que tento comer. A sensação é muito ruim. Além disso vêm acompanhada de sensação de muito frio ou de muito calor, com calafrios.
Assim, o dia foi estressante, passei o dia todo de cama. Porém ja tomei uma decisão: não sei quantos dias essa sensação vai demorar, não vou religar a bomba de novo. Isto porque em termos de dor a dor não aumentou com o desligamento da bomba, sinal que efeito não tem sido satisfatório.
Continuo me medicando com o metadona. Estou tomando a medicação junto com plasil, isso tem feito com que a sensação de enjôo e nauseas não apareçam, isso é bom,pelo menos.
Tomando ainda baclofeno e por conta própria dorilax, que pra mim é melhor que o miosan como relaxante muscular.
Vou voltar para a cama, onde passei o dia todo.
beijo a todos!
Clê

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

4o. dia...

Estou com uma tremenda falta de sorte, pois entrei em uma fase agudíssima de dor. Muito forte, intermitente. Os efeitos colaterais do remédio continuam. Ontem a noite não teve jeito, fui ao PS mesmo contra a minha vontade, pois meu marido insistiu muito. Eu sabia que não ia dar em nada, preferia ficar em casa. Chegando no PS fui atendida pelo residente que me aplicou um profenyd. Profenyd e agua pra mim é tudo a mesma coisa, não faz efeito nenhum.
Resumo da ópera: voltei pra casa com dor, não consegui dormir a noite inteira. Agora, as 05:00 desisti de ficar deitada.
A passagem pelo PS pelo menos serviu para alguma coisa, o médico (não o novo o antigo) marcou uma consulta para amanhã as 11:00 da manhã, para ajustar a dose da bomba. Na realidade quero pedir uma ressonância nova do quadril. Tem algo piorando, tudo queima nessa área, meus pés queimam. Parece que vou partir ao meio de dor.
Também tento lidar com dois sintomas com tipos de dores diferentes. Minhas mãos estão dormentes até a altura do cotovelo, por causa da siringomielia, parece que tem um bloco de gelo dentro dos meus braços, a face também mais não é contínuo.
Enquanto isso da altura do quadril para baixo, tudo queima...horrível!
Tenho fé que o médico novo encontrará uma solução. Estou cansada de sofrer mesmo.
Hj passei o dia inteiro fazendo brincadeiras de humor negro. Disse que se eu morrer vou deixar um testamento, deixando uns 50tão pro meu marido, umas 10 caixas de MMs pra minha filha do meio, uma coleção de hot wells pro meu filhinho...Depois eu disse pro meu marido que tá na hora dele me trocar por uma revisada com garantia...rs...eles não gostaram muito!
No fundo não tem graça mesmo! Dor não tem graça nenhuma!

beijo aos que acompanham!

Clê

3º dia...

Estou me sentindo horrivel. Nada para no estomago, minha cabeça gira., não consigo manter a cabeça abaixada. Continuo tomando a medicação mesmo assim. Não vou desistir.
Ontem tentei entrar em contato com o médico anterior pra ver se ele podia me atender no PS. A resposta foi que eu fosse ao PS e que seria atendida por um residente. Não fui. Acho um tremendo desrespeito vc estar em tratamento com o mesmo médico há quase seis anos e ter que se submeter a uma consulta com um residente.
Pra piorar resolvi marcar a prorrogação do benefício. Resultado, o "sistema" marcou minha perícia para o dia 02 de MARÇO! É um verdadeiro absurdo e descaso mesmo aos segurados...
Mais de um mês para se submeter a uma perícia de prorrogação...

Abraços a todos!
Clê

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

2o. dia de novo médico...

Ontem eu fiquei tonta, muito tonta o dia inteira. Além da tontura, sonolência...Passei a tomar Baclofeno para os espamos musculares, mudei a gabapentina para 300 mg de 6 em 6 horas, voltei a tomar o Mytedon (metadona) de 8 em 8 e plasil direto para aguentar os enjôos.
A dor não diminui, mas senti uma pequena diferença nos espamos musculares.
Acordei com tudo girando ao meu redor de novo. Por incrível que pareça ainda consegui fazer piada disto, comecei a cantar "minha cabeça rodando, girava mais que um bongô, batia mais que as maracas, descompassadas de amor", da Elis Regina que eu adoro, quando meu marido me perguntou como eu tinha amanhecido.
Não dormi bem, acordei as 05 da manhã.
Hoje tenho que agendar o meu pedido de prorrogação do benefício que vence agora dia 31. Estou elastecendo ao máximo o prazo para entrada (começa com 15 dias antes do vencimento) para tentar localizar o meu médico...
Não consegui tomar café da manhã de novo, aliás nunca consigo. Ontem fiquei de sopinha pq não parava nada no meu estomâgo. Espero que nos próximos dias meu organismo se acostume à nova medicação.
Beijo a todos!
Clê

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ainda há uma esperança...


Hoje, depois de tantas notícias ruins, finalmente recebi uma boa notícia.

Fui consultar um novo especialista em dor, indicado pela minha amiga Dayane. Se tem algo que considero satisfatório é sair de uma consulta com esperanças...eu sinceramente ando perdendo as minhas, mas hoje fiquei feliz.

Vou recomeçar o tratamento para dor. Vejam que interessante ainda não tive retorno do meu médico que me acompanha há mais de 5 anos...mas consegui uma consulta para hoje (marcada na semana passada) e já agendei uma nova para segunda-feira.

Voltarei a utilizar remédios que já utilizei,porém com uma nova abordagem, com doses diferentes e ver o que dá! Se não der em nada, valeu a tentativa!

Esse médico de hoje, me fez sentir "gente" novamente. Quem dera que todos os médicos nos tratassem com tanto respeito e dignidade, tratando os pacientes de uma forma individualizada. Não é fácil cuidar de um paciente com dor crônica com tantas origens e causas diferentes...Mas há de haver, pelo menos, um paliativo!


Postarei as novidades...acompanhem!

domingo, 25 de janeiro de 2009

Os meus "LPM's" - Laudos Periciais Médicos

Hoje, 15 dias após ter recebido os laudos médicos (incompletos) do INSS, resolvi posta-los e comenta-los aqui. A raiva ainda não passou, bem como a indignação.
Pois bem, primeiro postando uma perícia de R-2, que é uma perícia que deveria ter sido realizada com a finalidade da conversão do benefício de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez, eis que o médico anterior havia me concedido 2 anos (em 2005).
Vamos ao laudo pericial:
"História:
13/09/07 Revisão R2. DII 30/08/2003 DID 01/01/2000 DCI 02/09/2007.
M51, 41 anos, aux. administrativa, alega lombalgia, formigamento em mãos. Atestado de 12/09/07: M-54-4, G-95, R-52. Foi submetida a discectomia lombar em 01/09/07 (hernia discal extrusa de L5 S1 à direita) com melhora praticamente total da dor radicular, persiste dor crônica em quadril e lombar, dores estas prévias a recente herniação agura. Afastamento no mínimo 60 dias para reabilitação."
"Exame Físico:
Em região lombar cicatriz cirurgica recente em bom estado"
"Considerações:
41 anos, ass. adm. em revisão de R2, em 01/09/07 submetida a microdiscetomia e esta em reabilitação, segundo médico assistente melhora da dor radicular mas persiste dor crônica em quadril e lomar, dores estas previas a recente herniação".
"Resultado:
Existe incapacidade laborativa".

Comentários: Na realidade eu estava com uma cirurgia de 11 dias, havia retirado os pontos no dia anterior. A perita, uma japonesa desgraçada do posto da candido lopes, não me ouviu, anotou o que estava no laudo, essa informação de melhora de dor radicular era da declaração anterior (o médico descreve todo o tratamento desde o início). Ela me apertou, me fez deitar de bruços, mesmo eu estando com dor, passou a mão sobre a cicatriz, apertou em volta e disse" Vou lhe dar mais três meses para vc se recuperar dessa cirurgia". Fim.

"História:
24/01/08 . PP. Assist. Adm. Atestadp médico com histórico do processo já relatado em perícia anterior. Dores em coluna. Não faz fisio atual. RNM de 09/01/08, com alterações decorrentes da última cirurgia."
"Exame Físico:
Marcha e movimentos lentificados. Contratura da musculatura para-vertebral."
"Considerações:
Mantém incapacidade."
"Resultado:
Existe incapacidade laborativa".
Meus comentários: Essa foi a perícia mais rápida que tive. Não houve exame físico. O médico leu o relatório e me dispensou. Eu havia levado as Ressonancia, ele disse: "isso pra mim é japonês".
Fim.

"História: 15/05/2008.
Ass. Adm. 41 anos. Diz que no dia 03/05/2008 submeteu-se a cirurgia para colocação de bomba de morfina para a coluna. Declaração médica de 12/05/2008, M-54-4. G95, R52-1, informando ...implante de bomba de infusão intratecal de morfina."
"Exame Físico:
Abdomen: cicatriz cirurgica em bom estado, bomba implantada no subcutâneo.
coluna lombar: limitação leve a moderada da mobilidade, alega dor."
"Considerações:
Ass. adm., 41 anos, submeteu-se a cirurgia de implante de bomba de morfina no dia 03/05/2008, prazo para evolução pós-operatório."
"Resultado:
Existe incapacidade laborativa."

Meus comentários: Eu não posso me queixar dessa perícia, pq realmente ela me examinou e me tratou com respeito. Disse que se eu tivesse com dor não precisava fazer as flexões. Nunca tinha visto uma bomba de morfina e se surpreendeu quando soube que o equipamento fica entre a costela e a pelvis. Não me apertou. Não mandou me deitar. Fim.

"História:
17/11/2008.PP. Ass. Adm., empregada, em BI desde 2003. Alega dores lombares crônicas e em quadris. Diz ter dores ao ficar em pé, com irradiação para a panturilha direita, e que não suporta permanecer sentada, o que é essencial para seu trabalho. Diz que a última cirurgia foi para troca do catéter da bomba de infusão, que foi implantada em maio, mas não funcionou. Diz ter mais efeitos colaterais do que propriamente alívio da dor com o dispositivo. Atestado informando permanência do quadro de dor crônica, que atribui a sacroileite e alterações degenerativas da coluna lombar."
"Exame físico:
Deambula bem, evita mover a coluna em flexo-extensão, consegue deambular em ponta de pés e calcâneos. Se sinais radiculares e teste para sacro-iliacas negativos. Descondicionamento muscular global, tem tremores em MMII ao elevar a perna simplesmente, enquanto sentada, o que pode dever-se unicamente a grande descondicionamento muscular que apresenta. Testes radiculares e de quadris são negativos. Apresenta várias ressonâncias onde se observa siringomielia cervical, estendendo-se por três níveis, entretanto aparentemente sem repercuss]oes dectáveis, já que não apresenta atrofia em MMSS, apesar das queixas de parestesias. RM lombar mostra espessamento da raiz S1 a direito, com melhora da compressão que se observava em 10/07, residual em 01/08 e com reabsorção em 06/08, persistindo espessamento radicular, mais possivelmente secundários aos vários procedimentos realizados, mas sem repercussão clínica evidente no momento."
"Considerações:
Contato telefônico com o médico assistente, que disse estar em início de aumento gradativo da dose de morfina, devido aos efeitos colaterais apresentados, mas que espera bons resultados e que não seria obstáculo de retorno ao trabalho."
"Resultado:
Existe incapacidade laborativa."

Meus comentários: Eu nunca havia me deparado com um médico tão rude e grosseiro. Quanto ao teste onde diz que "consegue deambular em ponta de pés e calcâneos", o correto deste teste é pedir para o que o paciente, descalço, ande ou tente andar em linha reta, tanto na ponta dos pés como nos calcanhares. Eu fiz esse teste calçada, utilizando como apoio o sapato, evidente que o resultado que estava sendo observado era do sapato e não dos meus pés. Essa perícia, durou 40 MINUTOS! Ele realmente olhou todos os meus exames, mas discordava dos resultados. Disse que não existia fibrose mas espessamento, que na opinião não significava nada. Eu procurei não discutir com o médico, apesar do ódio crescente que ele me causou. Quanto a observação de tremores e descondicionamento, eu tenho espamos de dor o tempo todo, esses espamos são confundidos com tremores musculares, pelo perito. Quanto a aobservação de ausência de atrofia nos membros superiores (MMSS), a siringomielia é uma doença degenerativa, congênita, mas que se manifesta somente por volta da 3a. década de vida. A evolução pode ser rápida ou demorada. No meu caso, felizmente, tem sido demorada, apesar de todas as dores ainda não fiquei tetraplégica, como tenho visto ocorrer com muitas pessoas conhecidas. Certamente estão aguardando que eu não consiga mover um músculo para dai me aposentarem...
Me senti muito indignada, pois nesse contato com o médico (meu médico) foi perguntado a ele se eu tinha incapacidade TOTAL E PERMANENTE para o trabalho, cuja a resposta foi de que no momento eu ESTAVA TOTALMENTE INCAPACITADA, mas que o médico confia no resultado da medicação intra-tecal, para dai começar a fisioterapia e tentar uma reabilitação, se não der certo a incapacidade SE TORNARÁ PERMANENTE. O que foi colocado em considerações não condiz com a realidade.

Enfim...postado está. Apesar de pedido, não vieram todas as outras pericias realizadas de 2003 agosto de 2005 quando foi concedido o R2 (revisão em dois anos).
Os CID (código internacional de doenças) que constam do relatório médico são os seguintes:
M54-4 - Lumbago com ciática
M95 - siringomielia
R52-1 - Dor crônica intratável.

CID considerado pela perícia: M51 - Ouros transtornos de discos intervertebrais.

Abraços a todos!

Clê

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Como lidar com as frustrações?


Os anos, para mim, vêm se sucedendo sempre acontecendo coisas piores que os anos anteriores.

Por isso não faço mais planos.

Em 2007 eu continuava com as dores, diárias e intermitentes. Eu não sei se isso acontece para todos aqueles que sofrem de dores crônicas, mas eu acordo com dor e vou dormir com dor.

Isso acaba minando nossas emoções. Eu sempre resisti, bravamente, à depressão. Mas não tem jeito, uma hora ela te pega. Eu sempre fui uma pessoa bem humorada, brincalhona, mas a dor me torna chata, brava, com um humor de cão. Quando sinto dor eu prefiro me isolar. Me isolo dos filhos, do marido, dos amigos...Prefiro não ver nem falar com ninguém.


Fiz umas sessões de psicologia para desabafar mesmo, mas eu sei a origem da minha dor, eu sei o que sinto, sei quanto sofro, mas as vezes me sinto egoísta, pq não posso obrigar as pessoas que estão ao meu redor que sintam as mesmas coisas que eu sinto. Já as vezes não me sinto assim, fico com raiva. Raiva, principalmente da impotência. Acho que esse é o pior sentimento.

Impotência. Eu tenho tantos planos e não posso levar adiante, eu tenho tantos sonhos e eles estão em compasso de espera...


Quando ingressei na faculdade de Direito, eu já tinha 35 anos, é tarde eu sei. O que eu queria era fazer a faculdade e ir para escola de magistratura. Pensei, como juíza, eu poderia ajudar as pessoas a solucionar mais problemas, a tornar o mundo mais justo. Esse ideário de justiça ainda não acabou, o sonho persiste...se ele vai se concretizar ou não, isso não tenho mais certeza!


Entrar com 35 na faculdade é tarde. Mas se for analisar que eu me casei cedo, tive minha primeira filha cedo, aos 19 anos então as coisas começam a ter sentido.

Esperei minha filha ir para a escola, depois do pré, para voltar a estudar. Ok, ingressei em contabilidade na UFPR e tudo estava indo bem. No primeiro ano de curso eu já estava grávida. Então em 94 nasceu minha segunda filha. Era fevereiro, as aulas voltaram em março então tudo bem. Correria, muita correria. Cuidar de dois filhos e estudar não é fácil. Então engravidei de novo!!!! Engravidei amamentando, e lá fui eu de novo, grávida para a universidade. Pensei, vou dar um jeito. Esperei tanto tempo né? Em 95 nasceu minha terceira filha...Então passei anos sem estudar até ingressar em Direito em 2002.

E não é que fiquei grávida de novo? Se não fosse pelas dores eu teria continuado sem cessar os estudos, mas tranquei e retornei, mesmo dolorida.

Explico, quando tive minha primeira filha tive uma endometriose. A endometriose pode causar infertilidade. Então passei muito tempo fazendo tratamento contra infertilidade, esse funcionou...rs, que diga o meu bando de filhotinhos em casa. Então da minha segunda filha a terceira veio de embalo.

A faculdade não me deu nenhum apoio material, mesmo no chamado "tratamento especial" eu me matei de estudar pra passar. Ah, finalmente, eu consegui uma cadeira especial. Cadeira de faculdade é a pior coisa que existe, são duras e desconfortáveis. Minha orientadora falou com o responsável pelo Setor e me conseguiu uma cadeira estofada, na minha altura...Isso me permitiu ir as aulas.

De cirurgia em cirurgia, de tratamento especial em tratamento especial eu consegui terminar a faculdade de Direito.

Tive que pedir prazo especial para defender a Banca de Monografia, mas valeu a pena. Minha monografia foi escolhida para participar do concurso de monografias, de três escolhida pela faculdade. Ser escolhida de 3 entre 680 que se formam todos os anos é uma vitória

.

Estudar é algo que me faz extrema falta. Ficar em casa é entediante. Eu gostaria sinceramente de sair me inscrevendo nos concursos que aparecem. Mas aí penso: Se eu passar na prova como fica? Eu entraria para o serviço público? Eu passaria em um exame médico (com os peritos médicos não do INSS, óbvio, mas aqueles que fazem a seleção dos candidatos aptos e não aptos para o GOVERNO FEDERAL). Claro que não!!! O INSS pode até me considerar apta para o serviço privado, mas jamais me consideraria apta para o serviço público. Mesmo pq a aposentadoria por invalidez por doenças graves é de 100%, e, 100% do regime especial de previdência (não limitado ao teto de R$ 3.038,99 atuais).


Eu tenho até vontade de fazer, pra ver como é que fica...Será que eu aguentaria trabalhar durante o estágio probatório de 3 anos? A partir daí eu seria estável, e portanto, não poderia perder o cargo, exceto por processo administrativo, sendo me dado o direito de ampla defesa e do contraditório.

Eu me percebo cada vez mais, mais emotiva, mais instável emocionalmente, acho que estou a um passo de um colapso nervoso.

Tenho síndrome de abstinência quando o nível de morfina baixa, tenho calafrios, sofro frio quando está o maior calorão lá fora, vivo carregando uma manta para todos os lugares da casa.

Me sinto inútil, me sinto cansada. Sem energia. Acordo parecendo que dormi dentro de uma caixa, toda quebrada...


Programei de levar meu filho mais novo para assistir "Madagascar 2" nas férias. As férias estão acabando e não consegui um único dia, em que eu estivesse pelo menos "mais ou menos bem" para levar meu filho. Ele me cobra, eu adio. Por fim não vou mais...


Como renunciar aos pequenos prazeres da vida? Se antes eu tinha energia para escalar o pico do morumbi, na Serra do Mar, lindo, hj eu penso duas vezes antes de ir a caixa do correio...se antes eu trabalhava 12/14 horas por dia, hj eu escrevo com pausas, escrevo um pouquinho, fico de pé, ando, deito um pouquinho, dai retorno para a postagem...eu dependo de ajuda pra pegar algo que caiu no chão, pq eu não consigo dobrar a coluna suficiente para me abaixar (correto) apoiada nos joelhos vou depender de alguém para me ajudar a levantar...


Eu não tenho pena de mim não, também detesto a posição de vítima, não é esse o meu papel na vida. Sempre fui uma lutadora, uma militante política revolucionária, sempre disposta a participar de passeatas, de defender os direitos de todos.

Como se colocar em uma posição de absoluta sujeição? Como ser dependente se sua postura sempre foi de absoluta independência? Como???

Eu decidi que 2009 será meu ano para soluções...Não sei quais, mas elas irão surgir. Seja em uma nova cirurgia *arghhh*, seja em um novo tratamento, seja em um novo médico, seja por equipes multidisciplinares, este ano algo vai ter mudar. E radicalmente. Simplesmente pq eu não quero continuar vivendo do jeito que está...


Abraços a todos!


Clê

domingo, 18 de janeiro de 2009

"Saga" - 2004, 2005 e 2006


Estou com meu quadril em ondas de dor, dói tanto, que não dormi essa noite...Tive espamos de dor a noite inteira, então madruguei!

Vou espremer três anos em um post...Esses talvez tenham sido aqueles que eu achei que ainda tinha esperanças.

Em 2004 fiz diversos bloqueios com anestésicos, praticamente todos os meses. No fim, eu nem achava mais dolorida a agulha nem o procedimento. Fiz também infiltrações com corticóides, dizem que o efeito dura seis meses, no meu caso tb não durava, não resolvia, e a única coisa que eu sentia de diferente era o inchaço, então entre uma infiltração e outra, as vezes eu tava menos ou mais inchada.

Em novembro de 2004 fiz um procedimento cirurgico chamado "rizotomia por radiofrequência".

Radiofreqüência é uma onda de energia gerada por um aparelho que provoca calor numa determinada área de tecido, até destruí-la. Para se obter isso, uma agulha apropriada que possui um eletrodo na sua ponta é colocada de forma percutânea no local que se pretende queimar. A agulha é conectada à fonte emissora de energia através de um cabo. Paralelamente, placas de drenagem de energia são colocadas na coxa do paciente e conectadas a fonte fazendo do paciente um circuito elétrico. A energia aplicada na ponta do eletrodo provoca agitação dos componentes celulares e isso gera calor intenso devido a fricção. Esse processo pode provocar temperaturas acima de 500º que leva à morte celular e necrose de coagulação.


Então o procedimento não significa mais que a ablação de terminais nervosas que circundam as facetas articulares e as inervan, oferecendo assim a capacidade nos conscientizar do estado funcional da articulação.

A lesão e produzida por uma agulha que irradia calor, controlada externamente na sala de cirurgia.
Introduzida na região lombar e acompanhada por radioscopia para atingir o alvo com precisão .
Fonte de radiofreqüência que libera energia a traves de sua terminal (agulha) em forma de calor
As agulhas vem de diferente comprimento todas elas revestidas por um material com qualidade isolante, deixando exposto só o terço distal.
Com isto preveni-se que se produza uma lesão no trajeto da extensão da agulha. O paciente é posicionado em decúbito dorsal, onde acima está posicionada a agulha e o "alvo" é conferido por meio de radioscopia.
Desta maneira são destruídas os terminais nervosas sensitivas das facetas degeneradas. Conseqüentemente a este procedimento as vias que transportam a sensibilidade articular são banidas do circuito assim o síndrome doloroso crônico que limitava sua funcionalidade, em tese.
O procedimento rizotomia percutanea por radiofreqüência e um método alternativo assim como outros, para o tratamento de síndromes dolorosos crônicos de difícil controle. Em muitas ocasiões juntar outras técnicas para tentar abranger cada particularidade desta patologia facetaria.

O esperado era que, com a "cauterização" das facetas, a dor me desse um alívio, uma trégua. Fiquei realmente dois dias internada, como combinado. Mas não durou muito tempo. No dia seguinte comecei a sentir um dor terrível, tipo queimação, em forma de U invertido, que ia desde o quadril até metade da coxa. Doia demais, não conseguia fazer nada, não conseguia nem encostar a roupa naquela região, foi aí que descobri a tal da alodínia, que dá descrevi quando falei de dor neuropática.

Passei a tomar mais remédios, aumentamos a dose da gabapentina de 300 mg para 400mg três vezes ao dia. A metadona não funcionava, passei a ir para o pronto-socorro com mais frequência.

Em média de duas a três vezes por semana eu ia ao PS para tomar morfina na veia, que dava um alivio de cerca de duas horas. Mas ninguém é louco de pedra pra ficar indo e vindo de pronto-socorro.
Em 2005, mesmo com a dor muito forte, retornei para a faculdade, mas isso quero contar depois

Nesses três anos então, a vida seguiu nesse ritmo: dor, infiltração, bloqueio, PS. Eu perdi a conta dos numeros de bloqueios, acho que bloqueei!!!

Fisioterapia cinco vezes por semana, sendo que não consegui chegar nos exercícios. Como fazer exercícios com dor? Como viver com dor? Todos esses anos passei fazendo procedimentos para controlar a dor...

Mas cansa...As enfermeiras e atendentes já me conhecem, os neurologistas já me conhecem. Já até descobri as siglas para os residentes: R1, R2, R3, dependendo do ano que estejam no hospital.

Uma enfermeira, querida e brincalhona, Estela, me perguntou se eu já tinha feito planos para o ano-novo, e eu disse que não, e no dia 31/12 lá estava eu, no plantão sendo atendida, ela disse, ainda bem que a Sra. não fez planos...Fazer planos como?

Quem vive em função da dor não planeja, não viaja, não tira férias. Ela se torna sua (pior) companheira, a mais indesejável, porém a mais constante!


Bom domingo a todos!
Quero agradecer a minha prima Cida, em especial, por estar acompanhando meu blog. Estou muito feliz por isso, claro, como já disse, as circunstâncias não são boas, pois dor não se deseja a ninguém. Agradeço a todas as pessoas que tem me lido e espero que meu relato sirva para alguma coisa.
Abraços!
Clê

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

10 coisas que eu odeio!!!


Hoje vou aproveitar para dar "uma desopilada" no fígado.

Tenho visto tantos debates e discussões a respeito do tema "direito previdenciário", que chego a conclusão, que nós, segurados, temos cada vez menos direitos.
Mas enfim, em relação ao INSS resolvi postar 10 coisas que eu odeio:

1 - O detector de metal na porta - se os peritos estão com medo dos segurados é pq não estão agindo de acordo com a lei, mas de acordo com portarias e orientações internas. Trabalhador não é bandido!

2 - As filas da triagem. Existe coisa mais rídicula que fila de triagem? Amanhece-se nas APS para pegar uma senha, não para ser atendido, mas para ser encaminhado para o setor que irá lhe atender.

3 - A falta de informação dos funionários que deveriam ter todas as respostas para os segurados. Eles nunca sabem de nada, muitas vezes orientam o pobre do segurado de forma errônea, fazendo com que, para obter um benefício, seja necessário o retorno por várias vezes a agência.
Trabalhador não é palhaço!!

4 - A falta de vontade dos funcionários. Até hoje, eu fui atendida de forma solícita, em 5 anos e meio de caminhada, uma única vez. Das outras vezes, além de mal atendida, o que eu precisava não foi resolvido. Sem contar o 135! Se a Lei que vigora para os atendimentos de call-center estivesse valendo para o INSS eu ia colecionar um monte de protocolos.

5 - Aquele anúncio contendo o artigo 331 do código Penal. Além de somente demonstrar a pena para o segurado que ofender o funcionário público, diversas vezes está escrito errado. Ou seja, o cara é concursado e não sabe sequer transcrever (copiar e colar quem sabe?) um artigo que beneficia a ele próprio.

6 - A ausência de um anúncio contendo os DIREITOS do segurado. Ora, pq tem que ter apenas um que diga qual a penalidade?

7 - A cara do Stênio Garcia, naqueles malditos cartazes do INSS, cínicos diga-se de passagem. Um dizendo que doença não é sempre incapacidade, que é o "perito" do INSS que irá lhe dizer se vc está incapaz para o trabalho e outro dizendo que o atestado de seu médico não serve pra nada!! Tenho raiva do Stênio Garcia por isso! Esse infeliz não depende do auxilio-doença ou de uma aposentadoria por invalidez, e, pior, recebeu muito por isso!

8 - Os painéis que anunciam onde será sua perícia, com sua senha e sala! É uma bagunça aquilo, feito de forma proposital, acho eu, para que o segurado se perca!

9 - Não ter identificado o "perito" que lhe atende. Você somente obtém o nome e o número do CRM do infeliz, quando pede os LPM's (os meus, 40 dias para serem expedidos e incompletos). É um dever funcional descrito na lei, ser identificado, mas os "peritos" estão com medo dos segurados e não se identificam mais!

10 - As perícias do INSS!!! Se é que podemos chamar aquele exame (quando há) administrativo de "perícia". Da última vez que tive no INSS eu contei enquanto a funcionária procurava meus LPM's que não estavam prontos depois de 40 dias, o número de ´"perícias" que são realizadas por cada profissional no período de 4 horas: 25 perícias. 10 (dez) minutos para cada perícia!!!


Enfim, o povo está sendo feito de palhaço. Nós contribuimos anos a fio, de forma compulsória, para um sistema ineficiente. O tal déficit previdenciário não existe(o dinheiro do custeio da previdência tripartite: governo, empresa e trabalhadores está sendo desviado para a assistência social: Loas, bolsa-escola, bolsa-família, deveria ser obrigação somente do Governo, está na constituição, está no decreto 3048/99, está na Lei 8213/91). Mas não é isso que vai para a imprensa. Contribuimos anos a fio e quando precisamos somos tratados como escória da sociedade, como se tivéssemos perante o Orgão pedindo um favor. Não é um favor, é um direito, que tem que ser respeitado. Queira o Sr. Ministro José Pimentel, respeitar os trabalhadores. Pare de chamar o INSS como a "seguradora do trabalhador"! Da forma como as coisas estão andando tá mais para "funerária" do trabalhador. Somos todos os dias espezinhados, humilhados, tratados de forma indigna...diariamente!


Por fim, trago a notícia veiculada hoje, pela Agência Brasil:

"Justiça acumula 5,8 milhões de processos contra a Previdência Social Fonte: Agência Brasil.


A Justiça brasileira já acumula cerca de 5,8 milhões de processos contra a Previdência Social.

A maioria referentes ao reconhecimento de índices de reajustes em benefícios. A informação é do ministro da Previdência Social, José Pimentel, que ontem (12) esteve no Supremo Tribunal Federal (STF) numa audiência com o presidente do STF, Gilmar Mendes. “Isso foi acumulando a partir da Constituição 1988. Na década de 90 tivemos uma série de legislações que negou direitos, e isso resultou nesse conjunto de ações”, disse. No encontro com Mendes, segundo Pimentel, ficou acertada uma nova reunião para o dia 19 de janeiro, com as presenças do advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, e o ministro da do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias.
De acordo com o ministro, no encontro serão discutidas divergências sobre o pagamento de benefícios previstos na lei orgânica da assistência social, concedidos a pessoas com mais de 65 anos e portadores de deficiência com renda familiar de ¼ do salário mínimo (R$ 103,72). Para o ministro, muitas decisões judiciais relativas ao tema têm ocorrido em parâmetros diversos dos adotados pelo governo. Pimentel informou que apresentou a Gilmar Mendes um balanço dos acordos realizados pelo Previdência em 2008 e medidas para agilizar a tramitação das ações pendentes. Segundo o ministro Previdência Social, os novos instrumentos para a concessões de benefícios devem reduzir o volume futuro de demandas judiciais. “Essa nova sistemática de reconhecimento automático de direitos vai diminuir o ajuizamento de novas ações, porque temos a capacidade de atender com mais rapidez, já que não precisamos mais daqueles sacos de documentos que o trabalhador trazia anteriormente”, afirmou. Outro assunto que concentra demandas judiciais previdenciárias é o direito do preso condenado, que tem contribuição previdenciário, de receber um benefício voltado à sua família. “Temos um conjunto de divergências entre o que o Poder Judiciário está decidindo e o que o Previdência está concedendo”, disse Pimentel. Entre as possíveis soluções para agilizar os processos pendentes, o ministro da Previdência informou que poderão ser adotadas propostas legislativas ou súmulas vinculantes [entendimento fixado pelo STF que deve ser obrigatoriamente seguido por instâncias inferiores]. “O que existe é um decisão política do Poder Executivo e do Poder Judiciário em implementar o quanto antes as decisões, diminuindo demandas e reconhecendo direitos”, afirmou o ministro da Previdência Social".

PS: Nem necessitaria dos "sacos" de documentos. Eis que o sistema é informatizado, todas as informações já constam no CNIS. Eles exigem os documentos por má-vontade mesmo!!!!
Evidente que estão sub-notificadas as ações por concessão de benefícios! São mais 300 ações distribuidas por dia em Curitiba, somente em Curitiba! Pior, várias ações são desnecessárias.

Basta, apenas, que se respeitem os DIREITOS do segurado!


Abraços!


Clê

sábado, 10 de janeiro de 2009

Dor neuropática


Passados 15 dias da nucleoplastia surgiu a fibrose, então as dores voltaram. Fiquei assim o término do ano de 2003. No início de 2004 comecei a fazer mais bloqueios, quase todos os meses eu fazia bloqueios com anestésicos, que não duravam. No fim de 2003, surgiu ainda uma dor chamada "alodínia".

A "alodínia" é uma dor provocada por um estímulos, que em seres normais, não provocariam dor. Exemplo: No meu caso doia quando era tocada por roupa, por lençol, não conseguia colocar uma calça. Além disso a dor se manifestava com água, isso mesmo, tanto água quente quanto água fria. Era super-difícil tomar banho, por exemplo. Descobri depois de algum tempo sofrendo que quanto mais folgada a roupa fosse mais doia.

Para essa dor meu médico receitou "gabapentina" também chamado de "neurotin", de 400 mg. Diminuía um pouco a sensação de queimação mas não sumia. A gabapentina, provoca vários efeitos colaterais, principalmente tontura e nauseas. Antes, tentamos com "carbamazepina", mas a tontura era maior.

Esses dois remédios, originalmente são utilizados para ataques de epilepsia, pq na realidade a medicação dá uma descarga nos neurônios, tentando re-organiza-los. Quanto um paciente sofre de dor, principalmente crônica, os neurônios ficam sobrecarregados, pois recebem estímulos da dor o tempo todo.

A alodínia é classificada como dor neuropática. Além dela, outras se encaixam como tal. Informações a respeito da dor neuropática, a partir do site "dor on line":


As 10 Questões mais Comuns
GILL, S.J.; OAKLANDER, A.L. ( The Neurologist 2001; 7: 263-269).
O que é dor neuropática?
► Dor neuropática é uma das duas principais condições dolorosas crônicas. Na dor neuropática geralmente não há nenhum dano tecidual. O que ocorre é uma disfunção das vias que transmitem dor, levando a uma transmissão crônica dos sinais dolorosos.
► A injuria neural que produz dor neuropática pode ser óbvia ou oculta. Ela pode ocorrer em qualquer nível das vias nociceptivas periféricas ou centrais.
► As injúrias periféricas sem dúvidas causam alterações moleculares e anatômicas nas vias sensoriais centrais da medula, tronco, tálamo e córtex. Dor do membro fantasma que pode ocorrer após uma amputação é um exemplo.
Quando a dor neuropática ocorre clinicamente?
► Injúrias aos nervos sensoriais periféricos são provavelmente a causa mais comum. Quando os pacientes necessitam tratamento medicamentoso por tempo prolongado após traumatismos, dor neuropática deve ser considerada.
► Em pacientes idosos, radiculopatia secundária a doença degenerativa da coluna vertebral é a causa mais comum de dor neuropática seguida de lesões iatrogênicas durante procedimentos cirúrgicos por outras causas.
► Enquanto a dor ciática é facilmente identificada, radiculopatias em outras localizações pode produzir dor nos genitais, abdome, tórax, pescoço e podem ser confundidas com outras causas de dor.
► Outra causa de dor neuropática em idosos é o herpes zoster, que tem o risco aumentado proporcionalmente à idade do surgimento das lesões.
► As polineuropatias produzem o típico padrão de dor em luva e bota. Inicialmente os pacientes se queixam de dor em queimação nos pés. Esta dor surge por comprometimento das pequenas fibras nervosas com pouco ou nenhuma mielina. Diabetes e HIV são uma das principais causas deste tipo de neuropatia. Entretanto, várias outras causas podem ser enumeradas e um grande número de pacientes não apresenta nenhuma doença detectável (forma idiopática).
► Dor neuropática central tem sido descrita em várias lesões do sistema nervoso central, incluindo lesões vasculares, traumáticas, desmielinizantes, degenerativas, infecciosas e neoplásicas. Embora as descrições iniciais tenham focado os infartos talâmicos como principal causador de dor neuropática central, qualquer lesão nas vias espinotalâmicas que carregam os impulsos dolorosos pode causar dor neuropática central.
► Lesões limitadas ao sistema cordão posterior-lemnisco medial não causam dor neuropática. As principais localizações de lesão que produzem dor neuropática central são a medula espinhal (cordão lateral), bulbo e núcleo ventral posterior do tálamo.
► Na siringomielia, onde há lesão das vias espinotalâmicas que transmitem dor e cruzam a linha média pela comissura branca anterior da medula, a dor é desproporcional à disfunção motora.
► A esclerose múltipla pode produzir neuralgia trigeminal se houver desmielinização do gânglio de Gasser.
O que é distrofia simpático-reflexa, síndrome da dor regional complexa e dor simpaticamente mediada?
► A distrofia simpático-reflexa (atrofia de Sudek, algodistrofia) se refere a uma síndrome dolorosa que ocorre principalmente após trauma periférico que pode ser acompanhada por sintomas autonômicos e alterações do crescimento e aparência da pele e das unhas.
► O termo causalgia era utilizado quando uma injuria nervosa importante desencadeava os sintomas. A dor pode irradiar-se para áreas distantes da região lesada, algumas vezes envolvendo o membro contralateral (dor em espelho).
► Em 1993, a Associação Internacional para o Estudo da Dor mudou o nome desta condição para síndrome da dor regional complexa tipo I. O termo síndrome da dor regional complexa tipo II é utilizado quando há uma injuria nervosa importante desencadeando os sintomas (substitui causalgia).
► Esta nova terminologia surgiu quando se tornou claro que muitos pacientes não tinham reflexos anormais, sintomas simpáticos ou distróficos.
► A síndrome da dor regional complexa é a descrição de sintomas complexos que podem ser desencadeados por diversas doenças. Isto é análogo ao diagnóstico de epilepsia ou autismo. A lesão subjacente deve ser diagnosticada, pois pode alterar o tratamento e o prognóstico.
► Virtualmente quase todas as dores regionais complexas são do tipo II, ou seja, estão relacionadas com dano ao nervo periférico. A dor é incapacitante na maioria dos pacientes, portanto todos os pacientes deveriam ser avaliados por neurologistas e neurocirurgiões especialistas no manejo da dor.
► No passado, os sintomas da síndrome da dor regional complexa eram atribuídos ao sistema nervoso simpático (dor simpaticamente mantida). Os pacientes eram tratados com antagonistas alfa-adrenérgicos ou simpatectomia cirúrgica. Embora alguns pacientes claramente apresentem alguns sintomas simpáticos como alterações da vasoregulação e da sudorese, é difícil saber qual o papel destes sintomas como causadores de dor.
► Atualmente, simpatectomia medicamentosa ou cirúrgica é usada como tratamento de segunda linha. Fisioterapia e terapia ocupacional são críticos para prevenir contraturas e atrofias secundárias ao desuso. Tratamento da depressão reativa associada é essencial.
Como podemos identificar a síndrome da dor neuropática?
► História de injuria neural deveria levantar a possibilidade de dor neuropática. Na investigação de trauma, cirurgias deveriam ser incluídas.
► As características da dor também podem trazer pistas. A presença de alodínia mecânica (dor aos estímulos táteis leves) sugere dor de causa neuropática.
► Atenção especial deveria ser dada ao exame sensorial. Solicitar aos pacientes para desenhar na pele a região dolorosa pode demonstrar um território dermatômico particular. Também pode haver alterações da cor e da temperatura da pele.
Quais exames complementares podem ajudar?
► Não há exames definitivos para o diagnóstico das síndromes dolorosas neuropáticas.
► O estudo da condução nervosa e a eletromiografia de agulha são úteis para o diagnóstico de muitas injúrias do nervo periférico, mas são insensíveis para as injúrias que afetam exclusivamente as fibras de pequeno diâmetro com pouca ou nenhuma mielina.
► Portanto, uma eletroneuromiografia normal, mesmo que tecnicamente adequada, não descarta a possibilidade de neuropatias de pequenas fibras, comumente associadas com dor neuropática.
► A ressonância magnética ou a tomografia podem localizar uma lesão central causando dor neuropática. A ressonância magnética também pode ajudar no diagnóstico de radiculopatias compressivas.
► Testes sensoriais quantitativos (QSAT) realizados com equipamentos especiais podem ajudar a detectar lesão das pequenas fibras responsáveis pela sensibilidade térmica e dolorosa e as fibras autonômicas.
► Biópsia de pele pode quantificar a perda das pequenas fibras nervosas cutâneas nas neuropatias de pequenas fibras.
► Bloqueios transcutâneos com anestésicos locais podem ajudar a localizar uma lesão em um nervo ou raiz.
► Bloqueio simpático pode ajudar a localizar dor simpaticamente mantida, embora questões quanto à especificidade deste teste tenham sido levantadas anteriormente.
Quais são os mecanismos que provocam dor neuropática?
► Os mecanismos da dor neuropática são incompletamente compreendidos, mas estão em constante pesquisa em modelos humanos e animais.
► A dor é atribuída a hiperexcitabilidade e descargas espontâneas nos neurônios periféricos ou centrais. Embora ela esteja geralmente localizada nos neurônios periféricos, pesquisas recentes usando biópsia de pele têm destacado o fato que os neurônios nociceptivos ou seus terminais centrais e periféricos estão perdidos em muitos tipos de dor neuropática, o que tem chamado a atenção para o corno posterior ou centros superiores como importantes fontes fisiopatológicas para a dor neuropática.
► A melhor explicação atual para a alodínia mecânica, ou dor evocada por tato leve, envolve o brotamento de fibras táteis centrais tipo A-beta dentro das camadas nociceptivas superficiais do corno posterior da medula. Portanto, a ativação das fibras táteis resulta no disparo de neurônios nociceptivos.
Quais medicações são efetivas para o tratamento da dor neuropática?
► Na maioria das vezes não há um tratamento definitivo e o tratamento paliativo da dor é a única opção.
► Felizmente há várias classes de medicamentos efetivamente provados em estudos randomizados, duplos cegos e controlados com placebo. Infelizmente, nenhuma droga é universalmente efetiva, portanto, as medicações devem ser tentadas seqüencialmente até que a dor seja controlada com o mínimo de efeitos colaterais.
► Combinação de medicamentos é freqüentemente necessária. Talvez a melhor classe de medicamentos para dor neuropática seja a dos antidepressivos tricíclicos. Embora a amitriptilina tenha sido a mais usada, seus efeitos colaterais tornam a desipramina e a nortriptilina mais atraentes.
► O efeito analgésico dos tricíclicos é independente de seu efeito antidepressivo e é geralmente obtido com doses mais baixas. Os tricíclicos têm vários mecanismos de ação, incluindo o bloqueio dos canais de sódio. O aumento da atividade noradrenérgica é importante, pois os bloqueadores seletivos da recaptacão da serotonina são ineficazes para dor neuropática.
► Alguns autores consideram que os tricíclicos podem mudar a evolução da doença na neuralgia pós-herpética quando administrados precocemente durante as lesões cutâneas.
► Vários anticonvulsivantes são efetivos para a dor neuropática, provavelmente por inibirem a hiperexcitabilidade neuronal. A carbamazepina é a droga de escolha para dores lancinantes como ocorre na neuralgia do trigêmio. Fenitoína também pode ser efetiva para o tratamento das dores neuropáticas e novos anticonvulsivantes como a gabapentina e o topiramato são promissores, com menos efeitos colaterais.
► Os bloqueios anestésicos locais deveriam ser reservados para procedimentos diagnósticos em vez de repeti-los indefinidamente.
► A mexiletina, um análogo oral da lidocaína, embora eficaz, é pobremente tolerado pelos pacientes.
► Os opióides têm sido apontados como efetivos em dor neuropática, embora tradicionalmente considerados como ineficazes. Apesar de serem inefetivos em alguns pacientes, isso não é verdade para a maioria.
► Os opióides estão ganhando popularidade no tratamento da dor crônica não neoplásica, pois eles têm mostrado que são seguros e muito menos propensos a causar dependência do que se pensava no passado. O maior avanço tem sido o desenvolvimento de opióides de ação lenta que permitem níveis plasmáticos estáveis por períodos prolongados. Também podem ser administrados pelas vias transdérmica e transmucosa.
► Os opióides de longa ação são caros, com exceção da metadona que esta ganhando popularidade.
► Agentes tópicos podem ser úteis como adjuntos no tratamento da alodínia mecânica pelo contato com roupas. A lidocaína pode ser tentada quando as membranas mucosas são envolvidas e uma formulação em placas transdérmicas pode ser usada em outras áreas da pele. As medicações cutâneas não deveriam ser aplicadas em regiões com perda de continuidade da pele pela possibilidade de absorção sistêmica e efeitos tóxicos.
Quais tratamentos não medicamentosos deveriam ser considerados?
► Fisioterapia é parte integral do tratamento. Os objetivos deveriam ser maximizar a função e evitar o desuso para não ocorrer atrofia e contraturas.
► Neuromodulação é uma opção não destrutiva e reversível que se caracteriza pelo implante de eletrodos programáveis adjacentes à coluna dorsal da medula espinhal, nos nervos periféricos lesados ou nas raízes acometidas, e em alguns casos, dentro do cérebro.
► Estimulação da coluna dorsal parece particularmente efetiva para os pacientes com aracnoidite e aqueles com dor lombar crônica submetidos a várias cirurgias.
► As bombas de morfina intratecal são reservadas para os raros pacientes que responderam à morfina oral porém tiveram efeitos colaterais intoleráveis devido às altas doses. A administração intratecal pode diminuir a dose administrada em até 300 vezes, diminuindo a quantidade de efeitos colaterais. Embora caras, as bombas intratecais e os eletrodos estimuladores podem ser mais baratos que medicação oral crônica em pacientes com longa expectativa de vida.
► O tratamento cirúrgico oferece possibilidades únicas para os pacientes com dor neuropática. Exploração, lise de adesões ou compressões, reparo ou transposição de nervo podem ser úteis para algumas injúrias dos nervos periféricos. Cirurgia descompressiva beneficia alguns pacientes com hérnia de disco e estenose espinhal.
► Tratamento eletrotérmico transcutâneo intradiscal parece promissor para os pacientes com protrusões discais.
► O papel dos procedimentos neurodestrutivos é limitado, pois eles têm efeito temporário e freqüentemente são seguidos por piora dos sintomas. Bloqueios neurolíticos e procedimentos destrutivos são recomendados apenas em pacientes com curta expectativa de vida.
► Lesão percutânea por radiofreqüência é útil apenas em poucos tipos de dor neuropática crônica como neuralgia do trigêmio e juntas zigoapofisárias dolorosas desnervadas.
Quais são as implicações psicossociais da dor neuropática?
► Pacientes com qualquer tipo de dor crônica são altamente susceptíveis à depressão reativa que pode ser severa o suficiente para causar suicídio ou internação hospitalar.
► Os pacientes geralmente perdem seu trabalho, sua renda, seu status social e podem perder o apoio dos amigos e da família. Embora a depressão possa causar a sensação que a dor é pior, é importante alertar o paciente que a depressão é secundária à dor e não o inverso.
► Encaminhamento dos pacientes para um psicólogo e uso de medicação antidepressiva tricíclica são as melhores opções para estes pacientes.
Qual o papel do neurologista no campo da dor?
No século XIX e no começo do século XX os neurologistas estavam interessados igualmente nos sistemas motores e sensoriais, porém na metade do século XX, eles passaram a se interessar mais pelos sistemas motores.
► Houve grande avanço no entendimento e no tratamento das doenças neuromusculares. Pacientes com dor neuropática e outros sintomas sensoriais primários foram grandemente ignorados. Os residentes em neurologia não eram treinados para diagnosticar e tratar distúrbios dolorosos.
► Os anestesistas aproveitaram a brecha para assumir o papel de terapeutas da dor. O manejo da dor tornou-se uma subespecialidade da anestesiologia.
► Especialmente nos pacientes com dor neuropática, a experiência do neurologista no diagnóstico e manejo é insubstituível. Os neurologistas também são mais experientes no cuidado de pacientes ambulatoriais crônicos. Com isso, o manejo da dor também se tornou uma subespecialidade da neurologia.
► Talvez no século XXI, os neurologistas assumam seu original papel no tratamento da dor crônica.



Principais causas da dor neuropática:



O material no site acima é bastante longo, mas aqueles que tiverem interesse poderão ler e ver, que tanto a siringomielia quanto a dor lombar provocam dor neuropática. Infelizmente, todos os "peritos" do INSS que tem me avaliado não dão a mínima para a questão.

No próximo blog colocarei o que consta nos meus LPM's, na verdade ainda estou deglutindo a raiva da "avaliação" constante e estou aguardando meu médico retornar de férias para confirmar uma informação que consta no laudo do INSS. Mas ele volta na semana que vem...então estou aguardando, pacientemente.


Abraços a todos, um bom fim de semana aqueles que acompanham!


Clê

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Continuação da saga...ano 2003!


Continuando os "posts" anteriores, meu filho nasceu bem e saudável no dia 06/05/2003. Passei a minha gravidez toda somente fazendo terapia oriental, de uma forma bem leve e um pouco de fisioterapia, mais no sentido de alongar. Também toda a minha medicação foi cortada, fiquei somente a base de tylenol. A cirugia foi por cesárea e a recuperação dos pontos foi tranquila também...

Mas esta tranquilidade durou muito pouco tempo. Quando meu filho tinha uns 45 dias as dores voltaram, muito pior do que estava antes, fui obrigada a voltar a tomar os anti-inflamatórios e analgésicos. Nesse período passei a utilizar opióides, principalmente metadona e codeína, além dos corticoides.

A metadona é bastante aconselhada pelos médicos para quem sofre de dores graves, não sendo aconselhado para quem tem dor leve e moderada. Os efeitos colaterais basicamente são tontura, dor de cabeça, irritabilidade, boca seca.

A irritabilidade, aliás, é bem comum, pois o sistema nervoso central sofre influências da dor, causando mau humor.

Neste período, parei de amamentar pois este tipo de medicamente é conduzido através do leite, então imagina, se eu continuasse tomando, as consequências para o meu bebê.

Minha licença-maternidade iria até 30/08/2003, então procurei o reumatologista que conduzia meu tratamento que pediu meu afastamento do trabalho.

Minha primeira perícia médica foi realizada no dia 18/09/2003, sendo que o médico perito do INSS me afastou até o dia 18/12/2003,considerando a causa de afastamento do tipo 4 - incapacidade total para o trabalho. Não entendi pq não me aposentaram até hoje.

Acho que a perícia possui alguma forma de clarividência, sei lá.

Em outubro/03 meu médico me encaminhou a um neuro, especialista em transtorno da dor, médico este que acompanha meu tratamento até hoje. E assim, fiz a nucleopastia (post anterior).

As dores não cessaram, e fiz ainda vários bloqueios com anestésico.

No bloqueio com anestésico o médico utiliza uma agulha muito fina e muito grande, é utilizada principalmente para relaxar músculos, pois teve uma época que eu sentia como se fosse uma caimbra no quadril, era praticamente impossivel ficar sentada. Então foi diagnosticado a presença de uma sacroileíte. Esse bloqueio é feito da seguinte forma: O médico insere a agulha até próximo do osso (o mais próximo possivel) e vem voltando com a agulha, aos poucos, colocando o anestésico...Acho que fiz em torno de uns 5/6 bloqueios até hoje...a dor sempre volta.

Hoje não tem humor...Aliás, fiquei pensando que é melhor eu colocar umas piadas no fim de cada post pra justificar no nome do blog, não é mesmo? Ontem fui ao INSS buscar meus LPM's e estou bem irritada, pois apesar de ter feito o requerimento e aguardar 40 dias, só disponibilizaram os últimos 5 laudos periciais(isto mesmo agendado eu tendo que aguardar por mais de uma hora), sendo que ao todo já fiz 17 perícias...Além do mais as conclusões que estão lá são ridículas, então estou aguardando a cópia do meu processo administrativo de auxílio-doença que so ficará pronto dia 25. Até parece que no INSS não existe nada "on line", em tempo real.

Resumo da ópera, voltarei lá essa semana ou semana que vem, ando bem dolorida e sem paciência pra ficar em filas...

É isso por hoje!


Beijo a todos, boa semana!


Clê

domingo, 4 de janeiro de 2009

As malditas siglas do INSS - Benefícios


Fico muito feliz com as pessoas que estão acompanhando o blog. Muito obrigada a todos. Hoje vou postar os códigos de benefícios, cedidos pelo meu amigo "Obscuro com Clareza" de fórum. Obscuro é um sofredor como todos nós, que tem muito conhecimento dos meandros e práticas do INSS. Agradeço também à Lucia, Cristina, Pacífico e Márcia. Agradeço a todos os outros que têm visitado, mas ainda não deixaram comentários (amigas "mimis", comentem aí!).

Os códigos utilizados pelo INSS nem sempre são informados aos segurados. Por isso a importância de se saber exatamente o que está sendo concedido.

Vamos aos códigos:

CÓDIGOS INTERPRETAÇÃO

B-04 Aposentadoria por invalidez do trabalho rural

B-05 Aposentadoria por invalidez acidentária do trabalhador rural

B-06 Aposentadoria por invalidez empregador rural

B-07 Aposentadoria por velhice do trabalhador rural

B-08 Aposentadoria por velhice do empregador rural

B-09 Complemento acidentário do trabalhador rural

B-10 Auxílio-doença acidentário do trabalhador rural

B-11 Amparo de previdenciário por invalidez do trabalhador rural

B-12 Amparo de previdenciário por velhice do trabalhador rural

B-13 Auxílio-doença do trabalhador rural

B-15 Auxílio-reclusão do trabalhador rural

B-25 Auxílio-reclusão

B-30 Renda mensal vitalícia por invalidez

B-31 auxílio-doença

B-32 Aposentadoria por invalidez

B-33 Aposentadoria por invalidez do aeronauta

B-34 Aposentadoria por invalidez do Ex. Combatente

B-37 Aposentadoria CAPIN (Func. da Caixa de Apos. da Imp. Nacional)

B-38 Aposentadoria do extranumerário da união

B-39 Auxílio-invalidez do estudante

B-40 Renda mensal vitalícia por idade

B-41 Aposentadoria por velhice

B-42 Aposentadoria por tempo de serviço

B-43 Aposentadoria do Ex. Combatente

B-44 Aposentadoria do aeronauta

B-45 Aposentadoria d0o jornalista profissional

B-46 Aposentadoria especial

B-47 Abono de permanência em serviço

B-48 Abono de permanência em serviço

B-49 Aposentadoria ordinária

B-57 Aposentadoria por tempo de serviço do professor

B-58 Aposentadoria do anistiado

B-61 Auxílio-natalidade

B-62 Auxílio-funeral

B-63 Auxílio-funeral do trabalhador rural

B-64 Auxílio-funeral do empregador rural

B-72 Aposentadoria por tempo de serviço do Ex. Combatente Marítimo

B-78 Aposentadoria por velhice de Ex. Combatente

B-79 Vantagem do Ex. Combatente

B-81 Aposentadoria Compulsória Ex. SASSE

B-82 Aposentadoria por tempo de serviço Ex. SASSE

B-83 Aposentadoria por Invalidez Ex-SASSE

B-91 Auxílio-doença acidentário

B-92 Aposentadoria por invalidez acidentária

B-94 Auxílio-acidente

B-95 Auxílio-suplementar


Lembre-se: Nossa melhor arma continua sendo a informação, quanto mais informações tivermos mais fácil tornará a luta contra os desmandos do INSS.


Abraços a todos!

Bom domingo.


Clê

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

As malditas siglas do INSS!



Pra variar, estou aqui acordada, acabou o efeito do amiptryl antes do combinado...rs...isso acontece comigo de vez em quando, quando a dor está muito forte, então pra evitar uma super-dosagem eu fico zanzando, feito "zumbi" pela noite. Nessas horas normalmente o pensamento que vem a cabeça é? "por que eu?"

Mas enfim, resolvi aproveitar o efeito "zumbi" para postar algo de interesse de todos.
Normalmente quando o benefício é concedido ou indeferido, constam umas siglas que a gente não faz a mínima idéia do que se trata. Não tenho dúvidas de que trata-se de uma forma do INSS manter o segurado desinformado, quanto menos informações, melhor. Pensando nisto, resolvi postar o que significa as siglas utilizadas pelo "sistema", vamos lá?

APS - Agência da Previdência Social
CADPF - Cadastro da Pessoa Física
CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho
CEI - Cadastro Específico do INSS
CNIS - Cadastro Nacional de Informações Sociais
CRPS - Conselho de Recursos da Previdência Social
CTC - Certidão de Tempo de Contribuição
CTPS - Carteira do Trabalho e Previdência Social
DAT - Data do Afastamento do Trabalho
DCB - Data da cessação do benefício
DDB - Data do Despacho do Benefício
DER - Data da Entrada do Requerimento
DIB - Data do início do benefício
DIC - Data do início das contribuições
DID - Data do início da doença
DII - Data do início da incapacidade
DIP - Data do início do pagamento
DN - Data de Nascimento
DO - Data do óbito
DRB - Data da Regularização do Benefício
GEX - Gerência Executiva
GFIP - Guia de Recolhimento do FGTS e Informações a Previdência Social
GPS - Guia da Previdência SocialINSS - Instituto Nacional do Seguro Social
JRPS - Junta de Recursos da Previdência Social
NB - Número de Benefício
NIT - Número de Identificação do Trabalhador
PAB - Pagamento Alternativo de Benefício
PI - Pedido de Informação
PIS - Programa de Integração Social
PP - Pedido de Prorrogação
PR - Pedido de Reconsideração
RGPS - Regime Geral de Previdência Social
SABI - Sistema de Acompanhamento de Benefício por Incapacidade

As informações acima são provenientes do site do guia trabalhista.

O dever de informação, é um dever administrativo, funcional, que por um lado obriga o servidor a lhe prestar toda e qualquer informação ao público interessado. Não é uma faculdade. O estatuto do servidor público (lei 8112/90), diz que é DEVER do funcionário tratar as pessoas com urbanidade, que por sua vez significa cortesia. Na prática temos visto que isso nunca ocorre. Nunca. Somos atendidos por funcionários desinteressados que não dão a mínima para o administrado. Somos atendidos por funcionários que grudam nas paredes, o que me parece, ser o único artigo que eles conhecem, art. 331, do código Penal, que ameaça o contribuinte com pena de prisão em caso de desacato à "otoridade". Ora, vamos e venhamos! Se os funcionários, servidores públicos, pagos pelos cofres públicos, cujo salários vem de nossas contribuições suadas, atendessem o público com cortesia, com eficiência, como uma empresa, que presta serviços públicos (o INSS é uma autarquia mas o funcionalismo é regido pelo estatuto) não seria necessário nem a menção ao referido artigo do código penal. Isso quando acertam no artigo. As vezes consta como art. 31 (eu já cheguei a "arrumar" , com caneta, para mostrar o despreparo daqueles que nos atendem).

Ninguém te informa do modo como deve ser informado. Se por um lado existe um dever, do outro lado existe o direito a informação, o direito de petição, o direito de dirigir-se a qualquer orgão público, para obter qualquer tipo de informação que consta a nosso respeito em qualquer banco de dados. Esse é o teor da Lei 9784/99, tantas vezes relegada a segundo plano, que regula o processo administrativo.

Lembrando as aulas de direito administrativo, o poder público deve ser pautado por princípios constitucionais, que minha professora utilizava um "macete" para gravar: LIMPE:
L - Legalidade
I - Impessoalidade
M- Moralidade
P -Publicidade
E - Eficiência.

Além dos principios(constitucionais) acima citados, consta na referida lei:

Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:

I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII - observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.


CAPÍTULO II - DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:

I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.

CAPÍTULO III - DOS DEVERES DO ADMINISTRADO

Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:

I - expor os fatos conforme a verdade;
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III - não agir de modo temerário;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.

Nós, segurados do INSS, temos sido tratados como se fossemos indigentes. Ponto. Mesmo se eu fosse indigente ainda teria direito ao LOAS. Não levam em conta que na realidade, ninguém se sujeita aos absurdos que tem sido praticados pelo INSS se não for necessário. Claro que existem os fraudadores, estes devem ser punidos com o rigor da lei. Mas, a princípio, todos são inocentes até que prove o contrário. Eu não sou fraudadora e me indigna e me humilha o fato de ser tratada de forma desumana, essa é a palavra, todas as vezes que me dirijo, para exercer meu direito de prorrogação perante o orgão. É humilhante e revoltante a situação que os segurados tem sido expostos. É inadmissível que nossos direitos não sejam respeitados por que o INSS considera todos como fraudadores.

Vimos cada vez mais, pessoas doentes cometendo atos desesperados, ateiam fogo em seus próprios corpos, se acorrentam em frente as APS, entram armados nas salas da perícia...e ninguém tem parado para refletir as razões de tudo isso. Ninguém coloca uma câmera para filmar as situações degradantes por que tem passado os segurados. Ninguém se pergunta pq a recusa dos peritos em permitir a presença de acompanhantes na sala de realização de perícia (evidentemente para evitar a presença de testemunhas, sendo a sua palavra contra a do médico perito). Ninguém se pergunta por que o nome do perito que está avaliando o segurado não vem mais na conclusão do pedido (de deferimento ou indeferimento). Os segurados se indentificam, com RG, CTPS e são atendidos por alguém que irá lhe avaliar, sem se identificar, constando ao final do formulário o nome do presidente do INSS. Vc conhece? Ele te conhece? Te avaliou? Não, mas é ele que assina o formulário. Os peritos não utilizam crachá, vc não sabe qual a especialidade do médico... Não é a toa que somos obrigados a passar por detectores de metais...Atente para o fato que eu não passo pelo detector, em vista do meu implante.

Já está na internet, há algum tempo, uma petição on line, a ser assinada pelos segurados...acessem, leiam:


A informação é nossa maior arma!

Abraços a todos!

Clê