Dia de Perícia

Todo mundo que é obrigado a se submeter as perícias médicas do INSS, sabem como esse dia é estressante. Pois bem, ontem foi o meu dia.

Eu já estava ansiosa desde sexta, passei o fim de semana todo assim. Dormi mal, como sempre aliás, muito mal mesmo nos três dias antecedentes a ela.

E por quê tudo isso? Pq a gente sabe que o médico que lá está, ao invés de proceder como deve, lendo seus laudos e atestados, lhe perguntando sobre sua real condição, simplesmente age como se estivessemos lá de favor, é horrível.

Eu tenho péssimas experiências com perícias, na última (em novembro) eu disse ao médico que se eu pudesse trabalhar por óbvio estaria fazendo isso. Eu sempre trabalhei, comecei com 11 anos sem CTPS e aos 15 com. Eu detesto ficar em casa, na maioria das vezes de cama, ou apoiada, ou necessitando de ajuda para as coisas mais banais...me sinto sem autonomia, me sinto dependente.

Espero por essa perícia desde 25 de janeiro, quando marquei. Então pela manhã revi meus laudos mais significativos, meus atestados, todas as informações necessárias para a análise, que na realidade é administrativa, pois os peritos são obrigados a agir como "guardiões do tesouro", como se o "tesouro" (cofres públicos) não fosse formado por nossas contribuições. Faltam para mim, apenas 5 anos para me aposentar por tempo de serviço, sendo que várias vezes trabalhei em dois empregos ao mesmo tempo, 13/14 horas por dia. Aliás, não aconselho essa loucura, mas na época com meus filhos pequenos e separada não havia muitas opções.

Então foi nesse clima que me dirigi a perícia, marcada para as 14:30 da tarde.

Quando cheguei lá: SURPRESA! E surpresa boa, o que é muito difícil de acontecer...

Encontrei o médico-perito que há três anos atrás me colocou em R-2 (revisão em dois anos). Foi minha quarta perícia com ele e foi muito bom. Como é diferente essa sensação de ser tratada com respeito não é mesmo? Quem dera todas as perícias fossem assim. Saí de lá, moída e dolorida como sempre, mas me sentido gente de novo!

Ele me perguntou tudo, sobre o tratamento, sobre os médicos, sobre a medicação, sobre a fisioterapia e disse que iria enviar meu caso para o conselho, pois minha situação não pode continuar indefinida por tanto tempo (estou afastada do meu trabalho há cinco anos e meio).

Também me disse que será enviado uma correspondência com a decisão, mas que ele iria reativar o benefício enquanto isso. Hoje fui olhar no sistema e consta o afastamento até 30/09/09.

Não sei o que isso significa, se foi o que ele lançou provisioriamente, enquanto não existe essa análise ou se já é definitivo, também não tem como saber.

Agora das duas uma, ou continua como está, ou definem de vez...

Continuo não dormindo bem, a dor tem sido insuportável, mas quando existe pelo menos uma pequena esperança no horizonte o coração já fica mais tranquilo.

Esperando a resposta do laboratório que fabrica a medicação que talvez possa ser utilizada no meu caso, por enquanto sem respostas, eis que só existe nos Estados Unidos e é caro, por óbvio.

grande abraço a todos que acompanham.

Clê