Eu já havia comentado (eu acho), que não fiz a prova da OAB, por não conseguir ficar sentada.
Na primeira vez que fiz, abandonei a prova quando havia completado duas horas e meia. A dor era insuportável, marquei o que deu e vim embora.
Mas eu não sou de desistir tão fácil. Então me inscrevi de novo. Aguentei firme...e passei para a segunda fase. No dia 1o. de março, as 14:00 lá estava eu, firme e dolorida, claro.
Quando cheguei fui procurar a coordenação da CESPE, munida de minha declaração médica e eles me autorizaram a ficar em pé a cada uma hora de prova. A segunda fase da prova que é a realização da peça prático profissional, se o candidato souber se localizar pelo menos nos índices remissivos, é fácil, pois permite a consulta. Por causa de minha condição não levei muitos livros, somente os indispensáveis...rs
Então veio o sinal para o início. Abri a prova e comecei a dar risada, sozinha, claro, pra não acharem eu tinha pirado. A peça era muitooooo fácil: era uma inicial trabalhista com pedido de reversão de justa causa e dano moral. De dano moral já sou "expert", visto que já fui submetida diversas vezes a este tipo execrável de prática (é o caso que já comentei quando ficamos doentes: passamos de excelentes profissionais a relapsos, etc, etc.). As cinco questões seguintes também eram fáceis, todas as respostas estavam em súmulas ou orientações jurisprudenciais, exceto uma que era posição doutrinária, porém como já trabalhei muito com execuções trabalhistas era "baba"!!!
Passado a primeira hora fiz o primeiro intervalo, fui tomar um água, também já tinha avisado aos seguranças da existência da bomba o que poderia disparar o mecanismo de segurança.
Quando fiz a cirurgia, recebi um cartão idêntico àqueles usados por portadores de marca-passo.
Com essa estratégia consegui ficar sentada por mais de 5 horas (5 horas de realização de provas, tempo regulamentar, mais uma hora interminável que a gente tem que ficar aguardando na sala).
Saí de lá muito dolorida, mas de duas coisas tenho certeza: Primeiro - meu nome vai estar na lista do dia 24. Segundo - ficarei somente com a certidão de aprovação, eis que em razão do afastamento estarei impedida de advogar. Aliás, esse era um dos motivos também que fizeram com que eu adiasse a prova. De que adianta estar com a carteira na mão se não dá pra exercer?
Quando eu estava cursando a faculdade, principalmente nos dias mais difíceis em que eu chegava pálida, mais branca que cera pra estudar, esse era meu norte. Pra descontrair eu sempre brincava que fazia Direito por dois motivos: 1) ter direito a prisão especial e 2) constar no obituário - advogada...rs
Mas claro que meus objetivos são bem mais amplos. Quero exercer a profissão por três anos, que é o mínimo exigido para concursos e ir frente em busca do tão sonhado Ministério Público do Trabalho. Enquanto isso eu estudo, estudo muito, estudo sempre. Por quê não adianta ficar se lamuriando, reclamando das oportunidades perdidas - eu tenho certeza que um dia eu consigo reverter essa questão física.
Um grande abraço a todos que acompanham!
Clê
7 comentários:
Parabéns, Clê!!!
Eu também tenho a certeza de que um dia você conseguirá reverter suas dificuldades físicas e será uma responsável representante do Ministério Público do Trabalho.
Arletinha (da vez anterior, esqueci de me identificar assim..rs).
Beijosss
SLC.
PARABÉNS DOUTORA!
Mais do que pelo seu conhecimento, pelo seu ESFORÇO!
Certamente atingirá seus objetivos, pois vejo em você, uma GUERREIRA!!!
SLC.
Oi Arletinha, fico tão feliz de ver você aqui!!!!!!! Vc sabe que vc é a minha amiga queridona do meu coração, sabe o quanto te adoro!
SLC
Obrigada pela força. Me escreva dizendo como está indo na sua luta também.
Abraços nas duas!
CLê
Olá Clê, tudo bem?
Confesso que não li todos os posts...confesso que não os li por inteiro...Ultimamente não tenho estado psicológico para tanto. pq digo isso? Ler Dort! Comecei a ler que não conseguiria fazer a prova da OAB por não conseguir ficar sentada, então parei por ai, pois meu coração já se apertou e esse breve início já se confundiiu com minha história...Sou estudante de Direito, estou no 4º ano. Estou levando a trancos e barrancos, dias insuportáveis em que não consigo sequer prestar atenção nas aulas tamanha dor q sinto...Esta semana surgiu a novidade (tão esperada) - O ESTÁGIO, fico pensando: como vou estagiar? (existem algumas histórias por tras disso) Como vou atuar? Embora tenha tantos questionamentos, sei que conseguirei...Enfim, estou adicionando seu blog em minha página de Favoritos, vou ler TUDO...quero "incentivos"...esta semana decidi reinvidicar algumas coisas perante a empresa...vamos ver no que dá. Mas realmente precisamos de pessoas como você...que não percam o humor...eu vou chegar ai...rs
Até mais!
Abraços!
Olá querida:
Deixa eu te explicar uma coisa: Eu tranquei meu curso no 3o. periodo, pois não conseguia nem sair da cama. Tranquei por um ano e meio.Foram uma das épocas bem difíceis da minha vida.
E então decidi voltar dolorida mesmo. Contei muito com a ajuda dos meus colegas, dos meus professores, dos meus familiares, principalmente do meu marido. As vezes era impossivel assistir as aulas. Mas mesmo assim eu ia...Pedia licença, ia na cantina tomar um chá e remédio (eu tinha um monte de remédios que eu levava pra aula) e voltava e permanecia firme. Eu fiz o estágio obrigatório a partir do 7o. periodo. Não desista dos seus sonhos. Não deixe que a dor te vença.
O objetivo desse blog, quando eu postar tudo vc verá, é que pior que seja o horizonte, sempre haverá uma esperança.
Então vá em frente, estude, estude muito para compensar eventuais faltas. Você vai conseguir como eu consegui chegar no final.
Um grande abraço a você!
Clê
Clê, você sabe que é uma guerreira, te admiro muito e às vezes encontro forças para continuar me espelhando em vc.
Te amo.
Estou esperando o resultado da segunda etapa.
Também te amo minha irmã, fiquei tão feliz que vc voltou que vc nem imagina. Aliás, não imagina a falta que vc faz!
beijos, minha querida, amanhã direi em primeira mão se passei, faltam 24 horinhas...rs
Clê
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