sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Natal...parte I



Então é natal...um ano se foi...e assim vai! Como o tempo voa! Não é mesmo?


Eu sempre gostei do natal, quando era criança era a época que minha vó, que não morava na mesma cidade, ia visitar a gente. Ela trazia sempre uma boneca de plástico para mim e para as minhas irmãs e um carrinho pro meu irmão. Mas quando eu era criança, minha família era católica praticante.

Então noite de natal, não tinha Papai Noel, tinha missa do galo (como diziam no Toma lá da Cá, tremenda sacanagem pois é o Peru quem morre...rs), então era todo mundo pra igreja, rezar pelo nascimento do menino Jesus, salvador do mundo.

A festança mesmo era no dia 25. Meu pai tinha sítio então normalmente era morto um porquinho (tadinho) e umas galinhas para ocasião (carnificina pura!!!). Mas ficava bom. Eu como boa mineira, adoro carne de porco, podem dizer o que quiserem, mas amo carne de porco. Presunto, torresmo, bacon...hummmm. Torresmo, feijão, arroz e couve, uma bistequinha, hummm...só de pensar me dá água na boca.

Naquela época, a vizinhança as vezes era reunida, na casa de um, na casa de outro. Muito bom. Tb mantinha-se a prática, todas as vezes que um porco ou boi era morto, separava-se a parte dos vizinhos (mais próximos). Acho que isso que é solidariedade.

Era um comemoração simples, sem amigo secreto e sem papai noel. Cresci sem saber quem era Papai Noel...

Hoje é tudo uma bagunça, puro consumo e comercialismo. E não é pq tenho um espírito revolucionário não, é pq é comercial mesmo.

Comprem tender (nunca vi um, pra mim é lenda), comprem peru marca y, comprem presentes, lotem shoppings . Isso sem contar a a repetição cansativa das mesmas reportagens: corre-corre atrás de presentes de última hora, trânsito engarrafado na véspera de natal, aumento ou decréscimo das vendas em relação ao ano anterior, tragédias de natal, e o indefectível show do Roberto Carlos, ou seja, inferno completo. Ah, ia esquecendo, esse ano ainda não vi, mas provavelmente nos próximos dias virá, a campanha "natal sem fome", em benefício dos pobres, como se os pobres só tivessem fome no natal. Restante dos 364 dias do ano, que se danem...

Pergunto: onde está o espírito natalino??? Cadê a solidariedade e a paz de espírito, cadê as reflexões do que fomos, do que somos, do que podemos melhorar em nossas vidas, como seres humanos?

Pq essa loucura desenfreada de gastar mais do que se ganha, de ver o endividamento da população brasileira crescer cada vez mais, seja via cartão de crédito ou cheque especial, para fazer aquilo que não reflete o espírito de natal?

Pra que a gente possa ver repetir no fim do ano que vem, a famosa reportagem do que fazer com o 13º salário? Ou seja, o cara compra agora, se endivida, pra ficar enrolado até o ano que vem? Que é isso minha gente???

Eu não sou mais católica praticante, pq é preciso crer nos dogmas da igreja. Acredito em algo maior, em um ser sim, mas não com barbas brancas sentado em cima de uma nuvem. Acho que no fundo da minha alma, eu tenho mais a ver com o budismo, que é um filosofia de vida, do que com o catolicismo...não vou mais a missa do galo, mas continuo reunindo minha família.
Sobre isso escreverei em Natal, parte II.

Para aqueles que não e conhecem e estão lendo esse blog, eu não sou pessoa amarga, nem triste, nem de mal com a vida, apenas realista. As vezes acho que até demais...rs

Beijo a todos!


Clê

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