sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Perícias médicas...

Hoje vou dar um tempo no meu diário para publicar meu post do "jus navegandi". O último, postado agora pela manhã...Eu estou tentando voltar no tempo e ir escrevendo aos poucos, pela ordem cronológica das coisas, mas irei dar um pulo para minha vida atual, depois retorno à "saga", pq preciso fazer algo pela minha vida, então uso o blog como terapia...mas vamos lá:

Bom dia a todos!
O Decreto é de 2006(5844), a alta programada, ou o chamado "COPS", vem sem sendo aplicado desde 2005. Eu fiz uma perícia logo após ter começado a ser aplicado o COPS. Antes nós íamos a perícia e o benefício continuava sendo pago até a próxima perícia, que é o correto evidentemente. Terminada a perícia vc já saia sabendo qual era sua próxima perícia e O PERITO que iria realiza-la. Na fichinha que nos era dada pelo funcionário tinha espaço para 10 perícias. Me lembro que nessa pericia (quando deveria ser aplicado o COPS), o perito me disse "mudou a lei, vou te afastar por dois anos, quando vc retornar ou te aposentamos ou vc volta a trabalhar". Eu fui pra casa acreditando nisso. Acreditando que ou eu sarava neste tempo ou resolvia pelo menos a questão contratual. Pq não existe nada mais incomodo que estar afastado do trabalho. Você perde a sua referência. Não está desempregado, mas também não está trabalhando e também não está aposentado!

Odeio este termo "encostado", que é usado por quase todo mundo. Eu não to encostada em nada. Na realidade, nunca me senti tão desprotegida na minha vida. Acho que no tempo que estou afastada (a CLT diz licenciamento para tratamento de saúde que é o termo correto) é o tempo que mais ficamos a descoberto, justamente pq não há nenhuma certeza. "Encostado" é para aqueles que estão fraudando a previdência, então encontram alguma coisa para encostar.
Meus colegas de trabalho no primeiro ano me ligavam, quando eu ia realizar cirurgias me visitavam no hospital, hj ninguém entende ainda pq o INSS não me aposentou, ninguém nem lembra que eu existo depois de mais de 5 anos. Acho que até para um leigo fica fácil de compreender, que se você está afastado por tanto tempo é porque nenhuma solução médica/clínica foi encontrada para o seu problema de saúde.

Fico pensando em quanta expectativa eu tive, todas as vezes a que fui submetida a uma nova cirurgia, quanta esperança, pq eu tenho esperança que um dia eu vou me curar e voltar a ser a pessoa de antes. De voltar a conseguir a passear em um parque com meus filhos, de voltar a ir em uma sessão de cinema, de poder andar pra ver vitrine, de ir a praia (fica 100 km) de ir para casa de minha sogra (outros 100 km), de ter vida sexual, enfim tudo que se torna impossivel para quem tem dor musculo-esquelética que é o meu caso, associado ainda a outros problemas neurológicos.

Me deprime minhas perícias atuais. Se antes vc conhecia o perito pelo nome, conseguia-o tratar como um profissional da medicina, eu sempre agia como se estivesse em consulta, hj eu tenho medo. Medo pq sei que quem está ali na minha frente tem em mente antes de tudo uma missão administrativa. Vejam isso que achei que não é recente, e vejam a mensagem ao final: Os peritos são responsabilizados como "guardiões do tesouro" e pior, agem como tal. E nós, lesionados, somos tratados como "ladrões do tesouro", um gasto que corresponde a 4,5% do PIB anual.

Ora eu lá tenho culpa se o governo resolveu estender os benefícios previdenciários para quem nunca trabalhou na vida, sem pensar em fonte de custeio? É o caso de concessão para donas de casa, rurais, autonomos, agora (ontem) aos chamados "empresa de um empregado só"!
Temos um problema sério, temos! Vai explodir em alguns anos o sistema previdenciário no nosso País? Vai. É só observar que a população ativa não está crescendo na mesmo proporção da inativa. Em menos de 15 anos, o percentual de pessoas acima de 60 anos vai dobrar e isso não vai ocorrer com as contribuições. Teremos início de um País envelhecido e o governo provavelmente vai passar as aposentadorias por idade para depois dos 70 anos, eis que a média de vida atual é de 72 anos. Vai aumentar o tempo de contribuição possivelmente em mais 5/10 anos.

Mas não dá pra virar as costas para quem está lesionado. Nós não pedimos para estar assim, nessa situação. Eu preferia mil vezes estar trabalhando que penando todos os dias com diversos remédios, fisioterapia, tratamento, que cada vez mais piora meus efeitos colaterais. Vejam depois me digam:
http://www.fapese.org.br/cursos/aulas/permed/ARACAJU_II_b_NOCOES_DE_PREVIDENCIA_SOCIAL.ppt#313,61,Slide%2061

Por fim Anabela, essas manifestações contra a alta programada já foi realizada diversas vezes, principalmente encabeçado pelos Bancários, que possuem uma base sindical forte, e que é, em termos de lesionados, a maior categoria do Brasil, principalmente no que diz respeito a LER/DORT.Mas lutar é sempre, e pelo visto, pra sempre.

Abraços a todos, bom dia!

Clê

2 comentários:

marciatscosta@yahoo.com.br disse...

AMIGA,SEI BEM COMO É AS FAMOSAS``PERICIAS.NETES 13 ANOS QUE ESTOU NA LUTA,IMAGINA QUANTAS JÁ FIZ....SEMPRE GANHEI NOVO PRAZO.....SOMENTE AGORA QUE ELES ACHAM QUE MELHOREI.........EU QUE ESQUECI DE AVISAR PRO MEU BRAÇO....

KKKKKKKKKKKKKKKKK
BURRA EU NÉ........

VOU TREINAR ELE PRA LER,QUEM SABE MELHORA...
KKKKKKKKKKKK

NÃO DESISTO NUMCA .....VAMOS TER ``JUSTIÇA NO MUNDO...........
FICO SENSIBILIZADA COM SEU CASO..QUE É BEM POIR QUE O MEU...........IMAGINO SUA DOR,POIS A MINHA ME DEIXA LOUCAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
BEIJÃO.......VAMOS CONTINUAR NA LUTA........

Anônimo disse...

Pois é querida, a luta sempre CONTINUA!