Bem...vou voltar um pouco no tempo para dar continuidade a saga...que deu origem a esse blog.
Então no início de 2002, após ficar internada por uma semana e mais uma semana em casa retornei ao trabalho. Eu sempre trabalhei muito, desde muito cedo. Quando comecei a trabalhar na minha vida, eu tinha 11 anos ( nem se falava em trabalho infantil naquela época não, esse assunto só começou após o Estatuto da Criança e Adolescente de 1990). Trabalhei como babá de três criancinhas, dos 11 aos 14 anos de idade. Aos 15 comecei a trabalhar com CTPS assinada, como faturista - que é quem faz faturamento de notas fiscais - bem emocionante...rs
Depois tive vários empregos na área administrativa e aos 20 comecei a trabalhar em escritório de advocacia, depois vieram os sindicatos.
Voltando ao assunto doença. Existem dois momentos na vida de quem trabalha, de quem sempre trabalhou: Antes e após a doença. Momentos profissionais estes a que me refiro.
Você pode ser o melhor funcionário que sua empresa, o mais competente, o mais batalhador (puxa-saco não, odeio puxa-sacos), o mais eficiente. Ficou doente, pronto! Começa seu inferno!
Você pode se esforçar ao máximo, trabalhar com dor, sorrir quando não consegue, tentar fazer tudo dentro dos parâmetros anteriores, mas seus chefes jamais vão te tratar como alguém normal de novo.
Trabalhador doente em qualquer lugar é visto como problema. Não necessitaria, evidentemente, mas é assim que passamos a ser tratados.
Quando retornei para o trabalho foi assim. Te tratam como inválida, te tratam como desnecessário, te tratam como trapo.
E então além de forças para superar as dificuldades físicas você ainda tem que ter muito "jogo de cintura" ou não, para aguentar o terrorismo psicológico. Várias vezes vim do meu emprego pra casa chorando, pq as humilhações eram renovadas a cada dia de trabalho.
Tinha dias que eu acordava e pensava mil vezes antes de por o pé no chão, de tanto que eu acordava dolorida, pensava mil vezes antes de ir trabalhar...mas eu ia. Fazia um tremendo esforço, tomava um banho quente (para quem tem dor, sabe do que eu estou falando, dá uma relaxadinha na dor) me entupia de remédios e ia trabalhar.
Você tenta fazer com que seu rendimento seja o mesmo. Mas é muito difícil. Trabalhar dolorido não é fácil, é penoso...e eu não aconselho.
Depois de diagnosticado meu problema de coluna fiquei um ano e meio trabalhando com dor...e foi a pior coisa que eu já fiz pra mim mesma. Eu deveria ter dado entrada no pedido de benefício imediatamente, quando vi que o retorno ao trabalho estava muito pesado, mas não fiz...
Preferi continuar trabalhando, guerreira, do quê entregar os pontos.
Engravidei em agosto de 2002...imagina então seguir trabalhando com dor nas costas e grávida! Um tormento! Deus sabe o que passei. Eu tive uma gravidez tranquila, apesar da medicação e apesar de todo o cuidado tomado para que o quadro de algia não se agravasse.
Mas meu filhinho é antes de tudo um ser abençoado. Durante a gravidez as minhas vertébras lombares mudaram de ângulo e ficou em uma posição não muito dolorida, mesmo pq eu não podia mais tomar medicamento para dor.
Eu ainda insisti com a médica para que fosse parto normal. Claro que não ia dar certo, então meu bebê sentou e bateu o pézinho...rs...e acabei fazendo uma cesárea.
Neste periodo entre fevereiro de 2002 e maio de 2003, fiz muita fisioterapia, usei muita medicação (AINE's, anti-inflamatórios).
O que seguiu depois que meu filho nasceu...continuarei a contar na "saga"!
Beijo a todos!
Agradeço a minha amiga Márcia, pela foto do post!
4 comentários:
FIQUEI ORGULHOSA EM VER QUE GOSTOU DA LEMBRANCINHA...............
PURA VERDADE.....NUMCA DESISTA...........
SOMOS GUERREIRAS.......
NÃO VAMOS DESISTIR NUMCAAAAAAA
GRANDE ANO PARA NÓS AMIGA.......
2009 SERÁ SO ALEGRIAS PRA NÓS.....
MIL BEIJOS NO CORAÇÃO DA AMIGA MÁRCIA COSTA
Obrigada querida, feliz 2009 pra vc tb!
Oi Clê, meu nome é Lucia Perton do fórum INSS, mais uma revoltada com esse sistema "desrespeitoso e desumano"
Quero de parabenizar, vc é um espírito de Luz, pois com tantas dores, sem condições de sentar e ainda com uma grande "cede" de ajudar a quem não tem mais esperança e as vezes pensa até que a morte seria a solução. Eu acompanho os tópicos mas como não entendo nada e não sou muito boa com as palavras conto Vc, Obscuro, Dr Ricardo e tantos outros, me resta apenas ficar indignada e chorar, não só por mim e pelas pessoas do fórum ( que ainda tem vc verdadeiros anjos) mas também por aquelas humildes pessoas que além de doentes, as vezes doentes terminais que parecem uma marionetes nas mãos desses "malditos" peritos que acabam com um pouquinho de "dignidade" que resta no fim de uma vida miserável.
Como eu costumo dizer, tem muitos, mas muito mesmo que não são melhores que eu, MAS VC SIM É MELHOR QUE EU.
QUE 2009 SEJA REPLETO DE ALEGRIA E COM MENOS DOR (EM TODOS OS SENTIDOS)
FICA COM DEUS
Lucia Perton
Olá Lúcia. È um prazer enorme recebê-la aqui no blog.Acho que quanto mais vc ler, mais vai entender.
Não sou melhor que vc, não, nem melhor que ninguém. Todos somos iguais, lutando, procurando defender aquilo que nós é de DIREITO!
Abraços, que 2009 seja um ano repleto de paz e alegrias!
Clê
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