sábado, 28 de fevereiro de 2009

Às pessoas que amamos!


Eu já tive perdas irreparáveis na minha família. E hoje, sem motivo algum, comecei a lembrar desses casos.

Sabe aquele tipo de reflexão que é inevitável? Não sei por quê ocorre.

O primeiro caso que tenho a relatar é bem bobo. Foi a primeira perda familiar que tive. Eu tinha um tio extremamente festeiro, bebia que nem um doido, não queria saber de nada, saía do trabalho e ia direto pro boteco. Até que, de tanto minha tia encher o saco dele, ele parou de beber. Largou a bebida e ia direto do trabalho pra casa. Um belo dia, saindo do trabalho os amigos convidaram pra ir ao bar, e ele se recusou. Uma quadra adiante foi atropelado...jogado a cerca de 100 metros. Estúpido não é? Se ele tivesse a continuar a beber teria sobrevivido.

Meu avô foi o segundo caso. Meu avô era um velhinho "marrento". Tudo que mandavam ele fazer ele fazia ao contrário...rs. Então se alguém lembra, não sei se hoje é ainda assim, teve uma época que os bancos abriam as 09:00 para atender os aposentados. Meu avô tinha 80 anos. Então no dia de receber o pagamento, ele fugiu cedo de casa, 06:00 da manhã, e foi esperar o banco abrir, pq não queria que ninguém levasse ele. Então perto das 09:00 ele foi atravessar a rua. E foi atropelado por um ônibus expresso.

Minha tia Rosa, querida e amada, que saudades da tia Rosa. Tava lavando a calçada, quando escorregou e caiu. As filhas não queriam que ela fizesse isso, tinham pedido pra ela deixar a calçada que lavariam, mas elas tinham saído, e, ela, sozinha, resolveu lavar a calçada. Mas ela caiu, ficou um tempo no chão, recompôs e continuou a lavar... A noite sentiu dor na costela. Foi ao hospital e tinha quebrado a costela que perfurou o intestino causando septicemia.

Meu pai, foi mais dramático. Meu pai sempre bebeu, desde criancinha...Acostumado com os alambiques mineiros. Passou anos "descuidando" de uma úlcera. Tomava o remédio um dia, mas no outro estava bebendo de novo. A úlcera se transformou em câncer que primeiro tomou o estômago e depois o esôfago. Felizmente o sofrimento dele foi curto. Entre o descobrimento e o falecimento foram três meses.

E, finalmente, minha avó. Minha avó era uma velhinha trabalhadeira. Depois que meu avô se foi, ela construiu no fundos da casa dela uma casinha para alugar. Todo mundo disse pra ela fazer um contrato de aluguel, alguma coisa. Mas ela confiava na cara, no "jeitão" das pessoas. Um dia ela alugou a casa para um cara, pq ele usava chapéu...Uma semana depois tiveram uma discussão banal sobre um cachorro, pq ela não queria animais na casa. O cara do chapéu, primeiro enforcou o cachorro, ato contínuo voltou pra casa pegou uma garrafa de alcóol e jogou na minha avó, que teve 90% do corpo queimado em 3o. grau. Felizmente também ela faleceu três dias depois.

Guardo boas lembranças de todos que perdi. Adorava as piadas do meu tio Augusto, as cantigas do meu pai, a comida da minha tia Rosa(e os conselhos também), o jeito desprendido da minha avó e o jeito sistemático do meu avô.

São pessoas que estarão eternizadas na minha memória...De vez em quando, eu lembro deles, com saudades, lógico, mas sabendo que cada um teve uma passagem marcante nessa vida. E que nos encontraremos na próxima!!!

Amar é admirar com o coração e a vida, bem a vida, nós estamos nela de passagem...um dia a viagem acaba e começa outra!

Abraços a todos!

Clê

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Ressaca? nem sei mais que isso...rs


Eu passei todo o carnaval em casa, estudando. Explico, até agora, devido a minha condição não fiz pra valer o exame de ordem, agora desta vez vai, estou na segunda fase e a prova é domingo.

Eu tinha sonhos antes de fazer o curso de Direito, sonhos esses que estão protelados pra adiante, ainda quero prestar concurso para o ministério público do trabalho, um dia farei isso, ou magistradura quem sabe?

Então de vez em quando eu largo os livros e dou uma "sapeada" na TV. Gente, não da pra aguentar: todo o ano o mesmo assunto - que vão desde o número de acidentes nas estradas, com as estatísticas passando pelas campeãs do carnaval e o próprio e finalmente as receitas para a "ressaca" do dia seguinte.

Será que os controladores da pauta não conseguem pensar em algo diferente? Sério, não sei se estou ficando velha, mas cansa.

Eu não bebo há muito mas muito tempo, desde que comecei a tomar esse bando de remédio. Eu sempre gostei de vinho, seco, cerveja pouquinho. Refrigerante nunca gostei mesmo, então bebo água. E bebo pouco, tanto que descobri que essa é uma das razões para retenção de líquido. Ando inchando que nem uma bola, brinco que estou "em forma de quibe"...heheheh! Nem tanto ainda, mas pra quem pesou pouco a vida inteira se deparar com a cara inchada todos os dias é muito díficil. No fim de ano meu tio não me reconheceu!!!! Malditos corticóides!

Esse ano o carnaval pra mim teve uma surpresa: minha filha viajou para SC e se acidentou na volta, nada grave, o carro rodopiou a amiga bateu a cabeça e foi pro PS e ela está com dor na perna, mas é só muscular.

Eu adoro noticiários, mas bem que os pautistas deveriam ser mais inventivos. Escrevi um artigo anos atrás a respeito disso. Só uma palhinha: Já perceberam que determinado assunto vez ou outra toma conta de todos os noticiários? Não é pq exatamente aquele fato teve um aumento de incidência, mas é controle de pauta. Vejam isto com os aviões que caem, a questão da menoridade penal, os bebês abandonados, a violência doméstica ou geral, assaltos a bancos...quando começa um a gente até enjoa de tanto ver do mesmo assunto.

Bem vou parando por aqui hoje...

Estou pensando ainda numa forma de abordar o "humor" desse blog. Acho que vou colocar uma frase bem humorada ao fim de cada postagem...rs

Abraços a todos, bom fim de semana!


Clê

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A teoria da relatividade na prática...


Não estranhem o título. Eu sempre fui muito ruim em matérias como física e química. Aliás, era ruim em matemática também, mas sempre tive um bom raciocínio lógico nato, desde o princípio, foi isso que me ajudou a fazer contabilidade. Também sempre fui boa com as palavras e isso me ajudou em Direito.

Voltemos a teoria da relatividade, a fórmula de Einsten, que nem me atrevo a reproduzir...rs

O que quero dizer é que o tempo é algo extremamente relativo. Pense comigo: quantas vezes vc estava lá no seu trabalho, com seus afazeres e queria um tempinho livre, para fazer alguma coisa, como por exemplo, ir na manicure, ou ir ao banco, ou ir ao cinema, sei lá qualquer coisa...

Você tinha uma vida atribuladíssima, correndo de um lado para o outro, sempre com mil coisas que ficavam a serem feitas, aguardando um tempo.

Então...um dia você fica doente. Eu trabalhei um ano e meio doente, é díficil, muito difícil, mas chega um dia e você é afastado(a) do trabalho. O que me irritava no início, eram piadinhas de ex-colegas de trabalho, ligando pra sua casa e perguntando como estavam as "férias". Odeio isso, férias é férias. Afastamento por doença é outra coisa absolutamente diferente.

Mas, voltando, ao assunto. Então você não tinha tempo para nada. Provavelmente se desdobrava entre trabalhar, estudar, cuidar da casa, cuidar dos filhos. E quando vc se afasta do trabalho â situação muda radicalmente.

O tempo existe. Você tem todo o tempo do mundo. Mas...como fazer aquilo que realmente você gostaria de fazer? Impossível.

Vou dar um exemplo: eu passo meses sem ir à manicure, porque não consigo ficar sentada mais de meia hora. Quando vou ao Banco entro na fila preferencial, as pessoas podem não entender de imediato pq alguém aparentemente jovem está na fila preferencial, mas eu também não consigo ficar muito tempo em pé. E entro pela porta de deficientes, eis que o mecanismo que com o uso para dor não posso passar pelo detectores de metais.

Não vou ao cinema, não saio, não passeio. Minha vida divide-se entre o tempo da fisioterapia, dos especialistas em dor, dos hospitais, das emergências. E todos os outros que se ocupam disto.

Então a vida parece meio que sem sentido...Eu fico em casa um longo tempo, leio, normalmente apoiada em almofadas, vejo os noticiários, escrevo no Jus, visito as comunidades e só, acaba aí!

Eu queria mesmo era estar 100%! Tenho vontade de estar nessa roda-viva que é o cotidiano, sem tempo nem pra respirar direito! Caramba, eu não estou acostumada a ficar em casa...

Sinto falta da faculdade, de ser "obrigado" a pensar, de buscar soluções. Sinto falta do trabalho, de verdade. Até das picuinhas, das fofocas eu sinto falta.

Não é que não me empenhe em resolver o meu "problema". Desde o início eu segui todas as recomendações médicas, fiz todos os procedimentos e cirurgias indicadas, mas a verdade é uma só: a cada ano eu me sinto cada vez pior.

Mas minha cabeça quer estar a mil por hora e quero que meu físico me acompanhe.

Esse ano TEM que ser o ano das soluções, ser o ano do BASTA, de verdade!

Abraços a todos que acompanham!

Boa semana!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Clê

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Faz um lindo dia lá fora...


Hoje, domingo de carnaval, faz um lindo dia lá fora, de sol brilhante. E sabe como estou? Com crise de abstinência há mais de três dias.

É engraçado pra quem tá fora, tentar entender essa loucura. Estou arrepiada da cabeça aos pés, com a pele gelada, mas ao mesmo tempo o suor não passa. Tento tomar banho numa tentativa desesperada de barrar isso, mas não adianta...

Eu quero tentar ir no parque, já que não viajei. A minha sorte é que nunca gostei de carnaval mesmo, então não faz diferença. Viajar não consigo, nem penso em como seria passar longas horas sentada dentro de um carro...deixa pra lá!

Estou tentando barrar os efeitos da sindrome de abstinência de morfina com metadona, sinto que cheiro a metadona, transpiro metadona, é horrível. Mas também não há outro caminho. Tenho aqui em casa de 5 mg e de 10 mg. Estou tomando de 5 mg a cada seis horas, com plasil junto (acho que já comentei, não lembro) para barrar o enjôo.

Pra vocês terem uma idéia eu tomei banho com temperatura do chuveiro no inverno, pq estou com frio, mas quando sai do chuveiro eu já estava suando, estranho isso não é normal.

Enquanto escrevo meu corpo treme...as mãos suam, o suor gelado. Tenho algumas amigas com siringomielia que as vezes apresentam esses sintomas também, do frio/calor, intermitente, eu já tive somente ligado aos sintomas da siringomielia, mas desta vez é diferente, é enlouquecedor.

Desejo a todos, nesse domingo ensolarado (queria poder sentir o calor), um excelente feriado!

Beijos a todos que acompanham!


Clê

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Onde estou? Quem sou eu?


Não postei nos últimos dias pq foram "barra pesada" pra mim. Primeiro tive que ir pro PS na sexta, não aguentava mais de dor nos quadris e nas costas, tava insuportável mesmo.

O médico me receitou oxycontin 10 mg. Tomei o primeiro a dor deu uma acalmada, eu ja tinha tomado tramal no PS. Só que dai começaram os problemas. Esse oxycontim é pesado gente!!!

Minha pressão baixou muito e via tudo em camâra lenta, além do que suava em bicas, fiquei assim mais de três dias. Além disso, dor de cabeça, boca amarga e seca, me senti prostada, sem vontade pra nada. Nem pra comer, para vcs terem uma idéia. Chorei muito, me deu um desespero. Ia pra debaixo do chuveiro mas quando saia eu ja estava suada de novo, sentia frio e em seguida sentia calor, não faz sentido, nada fazia sentido. Minha cabeça tava desordenada, minhas idéias tava desordenada. Dai vc chega numa encruzilhada, está sem dor, mas não consegue fazer nada por causa do efeito colateral!!

Foi horrível demais da conta. Parei de tomar no 4o. comprimido...e esperei, esperei, até que ontem, dois dias depois de ter parado de tomar o remédio minha pressão voltou ao normal.

Fui pegar o exame da bacia, tudo normal, segundo exame, exceto um derrame coxo-femoral, na cabeça do fêmur. Me pergunto de onde vêm essa dor maldita? Será que é irradiação da dor lombar?

Hj acordei quase "normal", as dores voltaram, eu me recuso a tomar o maldito oxycontim e voltei a tomar metadona de seis em seis horas. Resolver não resolve, mas pelo menos diminui.

E assim a vida segue...

Um grande abraços a todos, obrigada a todos que tem comentado, obrigada aos e-mails que recebo, que são gratificantes de ler, me sinto bem quando leio o quanto o blog tem ajudado as pessoas. Pra mim sempre será um prazer.


Clê

sábado, 14 de fevereiro de 2009

O maior amor...


As vezes acontece na vida da gente, coisas inesperadas.

Eu já disse que tenho uma ligação muito forte com meu irmão, mais do que com minhas irmãs, por exemplo.

Ontem eu estava no hospital, tomando uma misturinha de profenid com tramal, quando ele me ligou. Disse que queria vir aqui em casa hj, pra assar carne...mas já que eu não tava legal ele não vinha.

Foi meu marido que atendeu, dai eu disse: "Nem pensar em desistir, pode marcar com ele pra amanhã", pq não é fato de eu estar mal que vai impedir que os outros fiquem bem. Se forem desmarcar tudo pq estou dolorida, então não se faz mais nada na vida. Por exemplo, ano passado eu penei de dor 365 dias seguidos. Não é mesmo:

Dai hoje ele chegou, ele, mais meu tio e minha sobrinha. Quando ele chegou eu estava no meu quarto, mas mandei avisar que eu desceria. Dai desci vim preparar um salada e temperar a carne pra eles, pq ficou engraçado, como minhas filhas não estavam em casa e minha cunhada não tinha vindo, três homens podem até assar carne, mas ficam meio desajeitados na cozinha.


Então quando desci ele chegou perto de mim, pra contar que a mãe de um empregado dele tava super mal e fez a cirurgia de pino e parafuso e ficou super-bem. Eu disse a ele que essa cirurgia, pra mim, uns recomendam outros dizem que não vale a pena, mas estou estudando a possbilidade de fazer.


Dai ele disse, "É QUE EU QUERIA TANTO QUE VOCÊ FICASSE BOA, QUE SE EU PUDESSE DOAR UM PEDAÇO DE MIM, QUALQUER COISA, QUE EU PUDESSE TIRAR PRA VOCÊ FICAR BOA, EU TIRAVA"!

Isso me emociona. Muito. São duas pessoas aqui que tem esse tipo de atitude: meu irmão e minha filha mais nova. Infelizmente, eu não dependo de um transplante...Mas foi lindo ouvir essa disponibilidade, de se colocar como possibilidade. Valeu meu irmão e valeu filhinha, vocês são meus amores, do fundo do meu coração!


Abraços a todos, bom domingo!


Clê

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A parte ruim


Claro que minha vida não podia ser um "mar de rosas" não é mesmo?

Eu até brinco dizendo que fui um "dalit" na outra encarnação e que voltei pra viver como cachorro..só pode!

Tava com a ressonancia marcada, pras 10:00, combinei com o infeliz do meu médico para passar no ps desligar a bomba e ir pro exame.Pois bem, 8:30 da manhã lá estava eu, e náo aparecia um desgraçado para desligar, um ficava empurrando pro outro (os residentes).Dai 9:00 veio um garoto falar comigo que só ia buscar o controle e ja voltavam e não parecia ninguém. 9:30 veio o garoto e começou os procedimentos para desligar a bomba. Eu disse a ele que tinha menos de meia hora pra chegar no X-Leme onde eu ia fazer o exame. Ai a maquininha que nunca pede senha começou a pedir. Dai ligaram pro meu médico. Ele disse que era pra eu aguardar que em meia hora ele estaria no hospital. Resultado tive que remarcar o exame, que ficou para quinta 22:20.Pior ainda, por causa do metadona meu abdomen está com distensão. Eu quase não consigo comer por causa dos enjoos e ai vem mais essa.O médico chegou pegou o aparelhinho,testou, não tava pedindo senha e desligou e ligou em seguida ja que o horário tinha sido remarcado.Sai de lá, passado de 12:00 e muito braba mesmo!!!

Ontem voltei a ter os sintomas da abstinência, e agora nem entendo o por quê. A bomba está ligada no mínimo. Suor de banhar a roupa, tive que trocar de camiseta umas três vezes, depois me dá calafrios, estou um pouco febril.

Na minha opinião o cateter quebrou, mas não tenho certeza. Vou aguardar até amnhã, já que está marcado o desligamento pras 13:00 pra ver o que acontece.


Abraços a todos!

Clê


Ilustrando: "o grito", de Eduardo Munch, lindo quadro para expressar o desespero!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A parte boa...


Nesses últimos três dias tive vários momentos alternados na minha vida.

Pra que eu não me desanime vou contar só o lado bom...rsrs. Depois eu conto o lado ruim quando eu tiver boa.

Domingo recebi as visitas de minhas primas queridas: Jaci, Cida, Duca e Neuseli. Foi muito gostoso me encontrar com elas depois de tanto tempo. Eu não saio mais de casa, já tinha comentado isso, pq é muito cansativo pra mim e eu não gosto de incomodar as pessoas.

Minha prima Cida fez uma cirurgia recente de coluna, pra colocar pino e parafuso e ainda está muito dolorida. É muito dificil essa fase de pós-operatório, principalmente pq parece que não resolveu muito a coisa não.

Me vi nela em muitos momentos da minha vida, andar amparada, andar com esforço é muito dolorido demais isso. Mas elas vieram, se perderam no caminho, foram pro outro lado, mas depois me acharam.

Ai ficamos conversando sobre várias coisas e rimos até das tragédias.

Quando eu era adolescente eu ia muito pra casa delas, afinal eram 9 primas enquanto que em casa eu só tinha 2 irmãs. Então eu ia pra lá. Pegava ônibus ia pro outro lado da cidade, a gente saia pra dançar, pra beber, pra se divertir. Eu ia tanto pra lá que minha tia até me arrumou uma caminha, no quarto delas, quarto não aquilo parecia um alojamento de tantas camas que tinha lá dentro...rs!

Foi pra casa da minha tia que fui quando tentei meu primeiro vestibular. Naquela época eu queria jornalismo. Tentei três vezes, dava 46, 48, 50/1, mas lá tava eu tentando jornalismo. Depois parei um tempo, já contei em outro post, alias um bom tempo.

Eu ia pra lá quando eu brigava com meu pai, me mandava pra casa da tia. Chegava e encontrava minha tia, cozinhando, naquelas panelas grandes. Minha tia me dava conselhos. Eu me sentia melhor lá do que em casa. Me sentia melhor com minhas primas que com minhas irmãs...

Fizemos muitas loucuras, aprontamos muito, mas muito mesmo. Apesar das loucuras, tenho saudades daquela época.

Depois me casei, com o "chinês"(essa só elas sabem e meu marido) e nunca mais fui pra lá, ou fui muito pouco. Então me reencontrar com elas domingo foi muito gostoso.

Cida, Duca, Neuseli, Jaci e todas as outras que não vieram (Nerci, Neli, Nena, Sueli e Lourdes), vocês fizeram parte de uma época muito importante da minha vida.

Tenho esperanças de ficar muito bem, assim como espero que a Cida também fique muito bem e a gente possa fazer algo mais saudável juntas, sair, passear, almoçar, espero que não demore muito! Foi muito bom rir apesar da dor.

De qualquer forma, esse foi o post dedicado a vocês todas: amo-as (chique) de coraçãoo mesmo!!


Abraços a todos!

Clê

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Sabadão serve pra quê, hein?


Bem, ontem resolvemos fazer uma feijoada aqui. Eu adoro feijoada, adoro fazer feijoada, mas não ando lá muito "católica" ultimamente né? Mas então reunimos uns amigos, infelizmente meu irmão não veio, e vamos se divertir. Passei a manhã toda fazendo feijoada, com a ajuda das minhas meninas.

Claro que andando curvadinha de lá pra cá, eu não me diverti tanto quanto eu gostaria. Essa posição, curvada, quando estou com muita dor, segundo o médico é automática, o corpo procura a melhor acomodação, a melhor forma de sentir menos dor.

Também para quem sofre de espondilose anquilosante ela é chamada de "posição de esquiador".

A dor tira todo e qualquer prazer da gente. Ontem eu quis vencê-la. Por um lado foi muito bom, veio meu amigo Hélio (da época de adolescente), meu amigo para sempre, que também está com dor de coluna, e aí um ficava tirando sarro da cara do outro. Ele ainda ta numa fase moderada de dor, mas quem me olha, por exemplo, é perceptível.
Também vieram os pais do namorado da minha filha que está namorando( ficou engraçado isso), que são pessoas maravilhosas. Então é gostoso conseguir conversar um pouco, distrair a mente um pouco.

Chato é não poder tomar uma cervejinha, nem de leve, nem uma caipirinha, só na base do refrigerante e eu não gosto muito de refrigerante, sério. Prefiro tomar agua com gelo e limão, sem açucar, que refresca um monte!

Fiquei o tempo todo sentadinha, pq de pé eu cansaria muito mais, com uma almofada. Quando acabou lógico que eu estava moida. Hoje pela manhã acordei com caimbras, então vou aproveitar tomar um banho morno e descansar o "esqueleto" mais um pouco.
Não sei se funciona pra todo mundo, mas pra mim, quando estou muito dolorida um banho "fervendo" como diz meu marido, melhora um pouquinho, dá uma relaxada.


E última: Pq nós somos chamados pelos médicos de pacientes??? Porque temos que ter muita PACIENCIA!


Um abraço a todos e bom domingo!
Clê

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Meu tesouro!

Seria injusto se eu não dedicasse um post ao meu filho mais novo, na foto sendo "esmagado" contra o muro pela irmã.
Meu filho é uma criança absolutamente fantástica. Brinco, que desde a "barriga da mamãe" ela já me protegia. Isso pq eu queria por que queria fazer parto normal, mesmo já estando com problemas na coluna. Ai na última semana antes do parto, ele sentou...e ficou lá, sentadinho. Então tive que fazer cesárea.
Quando ele nasceu não deu um chorinho, nada. Então levaram ele para a observação, pois criança que não chora, pode acabar ficando com líquido no pulmão. Me lembro balançando o carrinho com uma mão e com a outra lendo as matérias da faculdade. Ele ficava quietinho no carrinho, só recebia colo quando o pai chegava, pq eu não conseguia levantá-lo.
Acho que ele foi uma benção, pois mesmo eu ficando grávida em um periodo conturbado de doença, a dor cessou durante a gestação...
Hoje o que me deixa triste é a noção geral dele da minha saúde. Quando estou "travada" na cama, ele vai e fica comigo, fica me rodeando. Quando ele quer que eu faça alguma coisa por ele, ele me dá o bracinho e me guia. Ou me faz carinho, fica um tempão passando as mãozinhas em meu cabelo.
Sei que ele compreende o fato de eu não conseguir acompanha-lo em parques, em cineminhas, em teatro, até em homenagem do Dia das Mães eu já faltei. Quando fico internada a diversão dele é subir na cama do hospital e ficar subindo e descendo o controle.
Por um lado é triste, uma criança tão pequena não deveria passar por este tipo de problema...não deveria ter consciência que a mãe vive doente, isso é muito triste.
Por outro lado é feliz, pq ele sabe que cada momento em que estou bem é dedicado a eles.
Bem, parando por aqui, senão vou acabar chorando na madrugada...
beijo a todos que acompanham!
Clê

Minhas Jóias!

Obs: eu retirei as fotos das minhas filhas e do meu filho. Penso que nem todas as exposições são seguras.
Essas três criaturas lindas são minhas filhas. As vezes penso o que seria de mim se não fosse elas.
Elas me dão força para viver e me ajudam bastante.
A Isa recentemente foi escolhida para participar de um intercâmbio nos EUA, pelo people to people, que é um programa criado para auxiliar aqueles que demonstram alto grau de inteligência mas que não possuem recursos para levar seus estudos adiante.
Ocorre que a criatura não quer ir de jeito nenhum. Ela tem 15 anos, é dotada de uma personalidade forte, e quando diz que pau é pedra, ninguém consegue convencer ao contrário. Com essa idade, no meu tempo não era assim, já esta namorando "firme" com anel de compromisso e tudo e já faz planos para entrar no mercado de trabalho no próximo ano.
A Cássia é minha companheira no dia a dia, ela é meu braço direito e meu braço esquerdo. Sofre comigo quando estou com dor, chora comigo, ri comigo. Quando chegou o final do ano passado ela foi para a praia com a avó, por duas semanas, e foi muito dificil ficar sem ela. Porque ela tem um tipo de humor marcante, está sempre brincando, é muito espirituosa. A diferença entre ela e a Isa são de um ano e três meses. Uma das imagens mais marcantes que trago da Cássia foi o dia que ela nasceu, tinha olhos de jabuticaba, pretos, muito pretos e lindo.
É uma menina meiga e sensível. As vezes ela fica estressada com minha situação, mesmo eu não falando nada.
A Thu foi minha primeira filha. Sendo mais velha, como todos os filhos mais velhos, não teve muitas regalias. Eu sempre trabalhei muito e ela ajudava a cuidar das irmãs, enquanto eu estava fora. É formada em marketing e torço para que ela encontre uma ocupação ligada a sua área. Começou a trabalhar aos 16 anos, com muita garra, hoje aos 22, consegue o quer pela perseverança.
É muito parecida comigo pq, antes de tudo, é uma guerreira. Casou-se nova, antes de completar 21, mas se separou poucos dias depois de completar um ano de casada. As vezes me culpo, pq sei que passei muita responsabilidade a ela...que talvez ela tenha perdido parte da adolescência por minha causa. Mas ela nunca reclamou, é uma menina de ouro.
Quando estou muito triste, muito chateada, quando penso dar um fim a tudo(é só de vez em quando, não se assustem) é nelas que procuro forças.
Meus filhos (faltou o Paulo, que será o proximo post) são a minha vida. É por eles que resisto e luto. É por eles que procuro e persisto por dias melhores.
Abraços a todos!
Clê

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

hoje vai ser diferente!


Que eu estou mal, nem precisa dizer...rs..Mas hoje fiquei muito feliz, encontrei o curso que quero fazer, em uma universidade de Itajai. Quero me especializar em Direito Marítimo, e até agora só tinha encontrado esse curso em SP e RJ. Quando descobri que existe uma turma na Univali fiquei muito feliz.

Quero colocar a cabeça pra funcionar, não aguento ficar ou quedar inerte. Sei que fisicamente estou um "bagaço" de tão complicado que está, mas não posso deixar meu "neurôniozinhos" abandonados. A pós tem horários a cada quinze dias, sextas e sábados e eu vou dar um jeito de fazer. Meu marido olhou torto, mas o que posso fazer enquanto não posso trabalhar? Estudar, claro.

Eu vou revirar essa cidade até encontrar um médico que pelo menos deixe minha coluna em dia, até conseguir controlar a siringomielia, aliás o baclofeno apesar de ser perigoso tem resolvido, em parte, o problema dos espamos. Eu tenho espamos mesmo dormindo, isso incomoda bastante, pois quando é muito forte eu acordo e não consigo dormir novamente.

Fiquei triste por um lado, pois está saindo o Edital para concurso de Juiz do Trabalho aqui na minha Região e eu não posso fazer.

Quando comecei a fazer direito, fiz por dois motivos: Primeiro, pq eu já estava de saco cheio de correr atrás de advogados cada vez que meu ex-marido mudava de emprego para pedir a expedição de ofícios para o novo trabalho, aquilo me irritava profundamente.Então resolveria o problema da pensão. Segundo, que através do Direito eu conseguiria chegar à magistratura ou a procuradoria do Ministério do Trabalho. Pensava eu, que somente assim teria esperanças de um mundo mais justo, mais igualitário, eis que nessas posições vc tem o poder de modificar situações, modificar o cotidiano das pessoas, corrigir as injustiças.

Dai veio a doença e depois outra. O sonho não morreu ainda. Tenho esperanças de me recuperar.

Cheguei a mandar e-mails para pesquisas com células tronco. Não é possivel que eu tenha que passar a minha vida toda assim.
As células-tronco, aqui no Brasil, já está bastante avançados os estudos, eu tenho esperança que surja um protocolo de estudos que me encaixe(doenças neurológicas, musculo-esqueléticas), eu vou de cobaia, para mim sem problemas nenhum.

Mas não vou mesmo deixar de estudar. Minha sede de conhecimento não acabou, eu preciso tomar dessa seiva, me alimentar desse pão, preciso mesmo!

Agora uma parte engraçada: Lembram-se quando apareceu na mídia que as "dançarinas" de grupos como por exemplo "É o tchan" estavam fazendo seguro de bumbum? E aquilo foi uma novidade e uma prova da idiotia reinante neste País...Mas nunca vi alguém que se proponha a fazer seguro de um cérebro. Penso que se eu fosse vítima de uma idiotia, minha vida estaria acabada, pois meu único alento e saber que minha cabeça está ativa, a mil por hora. Penso que, neste País, é mais fácil ser frívolo e idiota do que ser comprometido. Eu tenho medo de ficar idiota. Nas atuais circunstâncias a única coisa que me resta é minha cabeça, pensante e pulsante.

Se eu ficasse idiota, pediria pra desligar o tubo...


abraços a todos!

Clê

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

7º dia..

Retornei ao hospital, além da sindrome estou com uma crise aguda de dor no quadril e na coluna. A bomba não foi religada, mantendo o metadona como analgésico. O metadona é um analgésico potente da categoria de opióides. Ao meio dia fui a neo para me consultar e a opinião do médico também é no sentido de manter a metadona. Só que a dose foi aumentada para 30 mg dia, então passei o dia, mesmo tomando plasil junto, com muito enjôo e dor de cabeça. Não dormi direito a noite, o que tem se tornado frequente. Tenho dormido em torno de 2 a 3 horas.
Estava pensando que nós, em um ambiente controlado, temos uma reação tão forte ao opióide imagine um dependente que seja viciado em medicamentos. Deve ser muito duro abandonar, quando se trata de vício.
Eu não quero me tornar dependente química de medicamentos. A reação na retirada da medicação é assustadora. Vc fica com uma palpitação e tremores que assustam principalmente quem está em volta. Meu marido me segurava e dizia que tudo estava normal, eu disse a ele que sabia, que conscientemente eu sabia que não havia nada errado, mas o cheiro provavelmente vinha de uma confusão do sistema nervoso central.
Na realidade, essa é a terceira vez que acontece isso, mas nunca mais quero passar por isso!

beijo a todos!
Clê

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

6º dia...

Passei muito mal. Mesmo tomando metadona para curar a abstinência da morfina o efeito demorou muito para começar. Assim fiquei quase 48 horas com tremores, calafrios, tipo "delirius tremus" mesmo. Felizmente sobrevivi.
Não fiz nada no domingo devido as dores. Tentei escrever um pouco para espantar o mal estar, mas é muito difícil. Acabei tomando uma dose de amiptrylina e fui dormir mais cedo. As dores estão agudas e muito intensas.
Segunda é de voltar ao médico...

Abraços a todos!
Clê