Eu já tive perdas irreparáveis na minha família. E hoje, sem motivo algum, comecei a lembrar desses casos.
Sabe aquele tipo de reflexão que é inevitável? Não sei por quê ocorre.
O primeiro caso que tenho a relatar é bem bobo. Foi a primeira perda familiar que tive. Eu tinha um tio extremamente festeiro, bebia que nem um doido, não queria saber de nada, saía do trabalho e ia direto pro boteco. Até que, de tanto minha tia encher o saco dele, ele parou de beber. Largou a bebida e ia direto do trabalho pra casa. Um belo dia, saindo do trabalho os amigos convidaram pra ir ao bar, e ele se recusou. Uma quadra adiante foi atropelado...jogado a cerca de 100 metros. Estúpido não é? Se ele tivesse a continuar a beber teria sobrevivido.
Meu avô foi o segundo caso. Meu avô era um velhinho "marrento". Tudo que mandavam ele fazer ele fazia ao contrário...rs. Então se alguém lembra, não sei se hoje é ainda assim, teve uma época que os bancos abriam as 09:00 para atender os aposentados. Meu avô tinha 80 anos. Então no dia de receber o pagamento, ele fugiu cedo de casa, 06:00 da manhã, e foi esperar o banco abrir, pq não queria que ninguém levasse ele. Então perto das 09:00 ele foi atravessar a rua. E foi atropelado por um ônibus expresso.
Minha tia Rosa, querida e amada, que saudades da tia Rosa. Tava lavando a calçada, quando escorregou e caiu. As filhas não queriam que ela fizesse isso, tinham pedido pra ela deixar a calçada que lavariam, mas elas tinham saído, e, ela, sozinha, resolveu lavar a calçada. Mas ela caiu, ficou um tempo no chão, recompôs e continuou a lavar... A noite sentiu dor na costela. Foi ao hospital e tinha quebrado a costela que perfurou o intestino causando septicemia.
Meu pai, foi mais dramático. Meu pai sempre bebeu, desde criancinha...Acostumado com os alambiques mineiros. Passou anos "descuidando" de uma úlcera. Tomava o remédio um dia, mas no outro estava bebendo de novo. A úlcera se transformou em câncer que primeiro tomou o estômago e depois o esôfago. Felizmente o sofrimento dele foi curto. Entre o descobrimento e o falecimento foram três meses.
E, finalmente, minha avó. Minha avó era uma velhinha trabalhadeira. Depois que meu avô se foi, ela construiu no fundos da casa dela uma casinha para alugar. Todo mundo disse pra ela fazer um contrato de aluguel, alguma coisa. Mas ela confiava na cara, no "jeitão" das pessoas. Um dia ela alugou a casa para um cara, pq ele usava chapéu...Uma semana depois tiveram uma discussão banal sobre um cachorro, pq ela não queria animais na casa. O cara do chapéu, primeiro enforcou o cachorro, ato contínuo voltou pra casa pegou uma garrafa de alcóol e jogou na minha avó, que teve 90% do corpo queimado em 3o. grau. Felizmente também ela faleceu três dias depois.
Guardo boas lembranças de todos que perdi. Adorava as piadas do meu tio Augusto, as cantigas do meu pai, a comida da minha tia Rosa(e os conselhos também), o jeito desprendido da minha avó e o jeito sistemático do meu avô.
São pessoas que estarão eternizadas na minha memória...De vez em quando, eu lembro deles, com saudades, lógico, mas sabendo que cada um teve uma passagem marcante nessa vida. E que nos encontraremos na próxima!!!
Amar é admirar com o coração e a vida, bem a vida, nós estamos nela de passagem...um dia a viagem acaba e começa outra!
Abraços a todos!
Clê
4 comentários:
Oi Clê,
Pensar sobre a morte faz parte do cotidiano dos que sofrem de dor, será que vamos acordar amanhã? penso nisso e nas pessoas que amo.
Seg, ter e quart de carnaval uma maravilha. Voltei ao trabalho na quinta com uma única certeza, não tenho a menor condição de continuar. Hoje sábado à noite penso que as dores nunca foram tão fortes, dor de cabeça tb.V] Vou conversar com o orto e tentar me afastar novamente.
Mas se tiver que ser judicial, como fazer?
Deus lhe abençoe, nos abençõe.
E que possamos usufruir mais vezes dos momentos de pouca dor e ter esperança no futuro.
beijão
Emília
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Olá Emilia, bom dia:
Infelizmente o INSS tem dado alta com retorno ao trabalho para trabalhadores que não estão aptos ao retorno. Virou uma prática constante.
Se vc já retornou ao trabalho, pode seguir dois caminhos:Primeiro aguardar 30 dias da alta e dar entrada em novo pedido de benefício.
Segundo, recorrer judicialmente. Para isso será necessário a contratação de um advogado previdenciário ou através da defensoria pública (mais demorado). Na inicial deve ser pedido o restabelecimento do auxilio, com pagamento do periodo retroativo até a decisão judicial. Será necessário passar por uma pericia judicial, que dirá se existe capacidade ou não para o trabalho.
Junte todos os laudos, atestados, prontuários e boa sorte.
grande abraço
Clê
Obrigada Clê,
Mando notícias sobre isso breve.
Olha vc pode me indicar site que mostrem como e quais partes do corpo ( nervos ou músculpo) são atingidas pela DORT e o nível de comprometimento.
Quero compreender melhor o que se passa.
Beijão
Desculpa Emilia, só hj vi seu comentário!
Eu olho sempre nos antigos mas as vezes algum me escapa.
Tem um site da associação aqui no PR é
www.appdort.org.br
abraços
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